Hoje vamos falar das
casas dos espanhóis, mais especificamente da capital, Madri, e seus arredores. São minhas observações pessoais, por isso já peço desculpas antecipadamente, pois não dá para generalizar. Certamente o que digo aqui não se aplica a todas as regiões nem a todos os lares, trata-se apenas a minha experiência pessoal, mas não deixa de ser instrutivo.
Particularmente, eu gosto bastante das construções mais antigas porque lembram minha infância. A foto acima foi tirada no bairro La Elipa, onde morei quando era pequena (inclusive já brinquei nesse emblemático dragão). Os edifícios desse bairro apresentam a tipologia correspondente às construções de "protección oficial" — ou seja, de preço limitado parcialmente subvencionado pela administração pública — do período de 1960-1970.
Constituem blocos de uma altura limitada a 4 ou 5 andares com fachada de tijolo à vista e sacada com guarda corpo de ferro e os típicos toldos verdes nas janelas que ajudam a sobreviver ao abrasador verão madrilenho. Uma coisa curiosa é que esses apartamentos mais antigos não tinham elevador, mas como na Espanha a população idosa vem aumentando a cada ano, recentemente têm sido construído elevadores externos ao prédio, com entrada pela sacada, para facilitar a mobilidade dos moradores. Outro problema desses prédios mais antigos é que a maioria não tem garagens, consequentemente há uma disputa constante pelas vagas de estacionamento na rua e muitas pessoas acabam estacionando de forma irregular.
Cabe mencionar que lá então não se vê esse mar de grades, cercas elétricas e concertinas que vemos por aqui, esse tipo de preocupação se restringe mais aos bairros horizontais compostos por casas e situados nos arredores de Madri. Nos últimos três anos, estivemos morando em Belém do Pará, e uma coisa que me incomodava bastante era a quantidade absurda de grades e cercas nas casas, que as deixava com aparência de presídio, mas infelizmente o medo da violência faz parte da nossa realidade.
Constituem blocos de uma altura limitada a 4 ou 5 andares com fachada de tijolo à vista e sacada com guarda corpo de ferro e os típicos toldos verdes nas janelas que ajudam a sobreviver ao abrasador verão madrilenho. Uma coisa curiosa é que esses apartamentos mais antigos não tinham elevador, mas como na Espanha a população idosa vem aumentando a cada ano, recentemente têm sido construído elevadores externos ao prédio, com entrada pela sacada, para facilitar a mobilidade dos moradores. Outro problema desses prédios mais antigos é que a maioria não tem garagens, consequentemente há uma disputa constante pelas vagas de estacionamento na rua e muitas pessoas acabam estacionando de forma irregular.
Cabe mencionar que lá então não se vê esse mar de grades, cercas elétricas e concertinas que vemos por aqui, esse tipo de preocupação se restringe mais aos bairros horizontais compostos por casas e situados nos arredores de Madri. Nos últimos três anos, estivemos morando em Belém do Pará, e uma coisa que me incomodava bastante era a quantidade absurda de grades e cercas nas casas, que as deixava com aparência de presídio, mas infelizmente o medo da violência faz parte da nossa realidade.
Como eu disse, a
maioria dos madrilenhos vive em apartamentos, e aqueles que preferem morar numa
casa, precisam mudar-se para urbanizações nos arredores de Madri, ou na região
serrana. Isso proporciona qualidade de vida, mas tem um custo alto, a perda de
tempo nos engarrafamentos em horários de pico nos deslocamentos entre a casa e o trabalho e o aumento de despesas com aquecimento, pois o frio extremo da
região serrana exige um maior investimento em pisos aquecidos, lareiras, e
isolamento térmico.
Mas voltando ao banheiro,
na Espanha não se joga o papel higiênico nas papeleiras, somente em banheiros
públicos, mas não nos residenciais.
Lá os encanamentos são preparados para receber o papel e não entopem como aqui, por isso o papel é jogado no vaso. Por tanto, se
você vir uma papeleira no banheiro, saiba que ela serve para jogar qualquer
tipo de lixo, menos papel higiênico. O chuveiro também é diferente do nosso, eles
chamam de ducha, não é fixo, é dotado de uma mangueira e fica pendurado num
gancho, de onde é possível retirá-lo e usá-lo como os nossos chuveirinhos.
Os banheiros de
antigamente sempre tinham a banheira com a ducha, mas hoje em dia é comum usar
somente o chuveiro com box, por uma questão de sustentabilidade, já que a
banheira consome muita água.
Eu nunca vi um botijão de gás ou mesmo um fogão a gás por lá, as cozinhas são equipadas com fogão elétrico de mesa coberto com vitrocerâmica. Outra coisa que você não vai encontrar por lá é a nossa típica panela de pressão com a válvula com pino. Quando veio ao Brasil, o meu cunhado olhava para a minha panela de pressão como se se tratasse de uma bomba (o botijão de gás então... uma ogiva nuclear!). Realmente a nossa cozinha parece muito rudimentar e perigosa perto da deles, mas também é uma questão de costume e cultura, pouco a pouco nos adaptaremos às novas tendências.
Como os cômodos dos
apartamentos são bastante reduzidos, e atualmente os jovens demoram bastante em
sair de casa devido ao alto índice de desemprego ou ao alto custo de vida, o
espaço precisa ser muito bem aproveitado. Assim, é comum que, ao cair da noite,
ocorra uma verdadeira transformação nos ambientes e uma sala de estar vire um
dormitório, a mesa vire um aparador, e assim por diante. Há sofá-cama, armário-cama,
mesa-cama, mesas que duplicam de tamanho, aparadores que viram mesas, tudo se
adapta e se transforma, um verdadeiro exemplo de criatividade e funcionalidade.
Outra coisa curiosa é
que não se passa pano no chão para limpar a casa. Lá não se usa rodo e pano,
mas sim fregona, o esfregão com
balde e espremedor. Ah, sim, um costume extremamente louvável é o de separar o lixo reciclável do orgânico, todos fazem isso. E ninguém joga
restos de remédio no lixo caseiro, as pessoas os entregam nos pontos de coleta que
ficam nas farmácias. O mesmo ocorre com as pilhas e outros lixos específicos.
Também há pontos de coleta de eletrodomésticos e roupas e calçados para doação.
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