Ultimamente passei a
prestar atenção a um fato corriqueiro nas redes sociais. Reparei que há dois perfis de tradutores
iniciantes: os que perguntam sobre formação, ferramentas, recursos e aqueles
que perguntam sobre quanto cobrar, como entrar no mercado, onde encontrar oportunidades.
Os primeiros parecem
mais preocupados em oferecer; os segundos, em receber.
Quando se trata de
tradução, assim como de qualquer outra profissão, devemos levar em consideração
que é preciso plantar para colher, e não o contrário. É natural que nos
preocupemos com a questão financeira, se vamos conseguir viver do nosso trabalho,
pagar nossas contas no fim do mês. No entanto, essa não deveria ser a maior de
nossas preocupações, mas sim:
— O que me move a
traduzir?
— Como encaro meu
trabalho?
— Sou capaz de oferecer
um serviço de qualidade?
— O que espero da
tradução?
— Estou comprometido
com o que faço?
— Respeito meus
colegas e meus clientes?
— Dou meu melhor?
A lista poderia
estender-se, mas a ideia se resume a: devemos semear e cultivar para colher bons frutos.
Essa é a ordem dos fatores, o último é consequência dos anteriores. Não tenho a pretensão de ensinar o padre rezar missa, mas coroinha deve saber o pai-nosso. Primeiro nos
envolvemos e contribuímos, para depois receber.