Uma armadilha difícil de esquivar, ao traduzir um texto, refere-se às palavras familiares que, inadvertidamente, adquirem significados diversos de acordo com a região geográfica em que se empregam.
Hoje me ocorrem dois exemplo de construções em espanhol que costumam causar confusão e que, por coincidência, constroem-se de modo semelhante, com o verbo dar e pronome de objeto indireto: "me da coraje" y "me da pena".
Quando falamos de "coraje", a primeira coisa que nos veem à mente é valentia, bravura, ousadia, certo? Certíssimo. Pois na Espanha, sobretudo na Andaluzia — não sei se também em outros países hispanófonos —, usa-se ainda no sentido de raiva, para referir-se a algo enfadonho, que aborrece. Assim, dependendo do contexto, "me da coraje" pode equivaler a "me da rabia".
Exemplos: "Me da coraje que me mientas", "Le da coraje que le reprochen delante de extraños".
Da mesma forma, a expressão "me da pena", em algumas regiões da América, como a América Central, Antilhas, Colômbia, México, Panamá e Venezuela, pode equivaler a "me da vergüenza" para referir-se a uma situação embaraçosa.
Exemplos: "Me da pena hablar de mi intimidad", "A ella no le da pena que la vean usar faja".
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