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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Em inglês fica mais chique?

Calma, people, antes que vocês pensem que tenho aversão a estrangeirismos ou que defendo a “pureza” de nossa língua, não é nada disso, só acho engraçada essa nossa mania de querer fazer merchan usando o inglês por impulso como se isso acrescentasse qualidade ou importância ao produto.

A que se deve esse papo agora? A que no outro dia fui até um camelô à procura de algo particular, que eu não sabia como se chamava. Quando não sabemos o nome de algo, a atitude comum é descrevermos o objeto para facilitar o entendimento, não?

Pois então cheguei até o moço da barraca e lhe perguntei:

— O senhor tem aquele “negócio” que se prende ao braço para carregar o celular durante as caminhadas?

O rapaz me olhou e me disse com a maior naturalidade do mundo:

— Ah, o armband? (claro que ele disse isso com o nosso sotaque tupiniquim “armibandi”).

Engoli em seco, pensando “somente eu não sabia disso?” e respondi:

— Pode ser um armibandi (achando tudo aquilo muito cômico).

Aí, me lembrei de uma ocasião em que estávamos passeando em família com nosso cachorrinho, quando um rapaz se aproximou e me disse:

— Olá, eu sou Dógui Uálker!

E eu respondi:

— Pois não, sou Diana Sorgato...

Só então caiu a ficha... ele era um dog walker oferecendo seus serviços de passeador de cachorro!

Então me lembrei da designer de sobrancelhas, do personal trainer, do CEO, do coach, do brainstorming, do delivery, do outlet, ou mais recentemente, do black Friday, aff...

Foi aí que bateu uma saudade das Organizações Tabajara e procurei na internet alguns dos produtos revolucionários que ofereciam. Eis alguns deles:

  • Camapulta Tabajara: Instrumento destinado àqueles que se embriagaram e, sem perceber, foram dormir com uma mulher feia. O instrumento consiste numa catapulta que atiraria a parceira longe.
  • Maridocard: Cartão de milhagem para maridos. Trocar fraldas dá 5 pontos, levantar a tampa da privada 10, e com 1500 é possível mandar a esposa e a sogra para a colônia de férias no Iraque.
  • Meleca Disfarceitor: Uma cobertura de papelão, para limpar o nariz no trânsito sem ser percebido pelo carro do lado.
  • Dog Bimbada Repeleitor: Para cães no cio pulando em sua perna, um conjunto de espetos de ferro para ele se traumatizar e fugir.

Então, nada contra o inglês, mas que tal praticarmos um pouco mais o português? Por que não “braçadeira para celular”? Será que o preço cai?