Para ilustrar os diferentes regionalismos hispano-americanos para o coloquialismo "legal", fiz uma montagem com esses simpáticos bonequinhos e suas vestimentas típicas da série "Trajes del Mundo", que encontrei na rede. Quando falamos de regionalismos e roupas típicas, ou de qualquer elemento cultural de um país, sabemos que são tantas as variedades regionais que é impossível abarcá-las num único modelo. Também não coloquei representantes de todos os países hispano-americanos, porque selecionei os que tinham formas diferentes para a expressão "legal".
Enfim, certamente ficará muita coisa de fora, mas aqui vai a relação.
Bacán (Cuba, Perú, Chile)
Bacano (Colombia)
Bárbaro (Argentina, Uruguai)
Buena onda (Argentina, Paraguai)
Chévere (Cuba, Peru, Puerto Rico, Venezuela, Colômbia, Equador)
Chido (México)
Cool (“Qué cool” se usa em vários países latino-americanos)
Copado (Argentina)
Gara (Equador)
Genial, super (Paraguai, Argentina, Uruguai)
Guay (Espanha)
Macanudo (Argentina)
Padre (México)
Origem da palavra chévere:
Como vimos, esse termo é empregado em vários países hispanofalantes, principalmente na região do Caribe. Apesar das várias hipóteses que circulam na internet, a
versão mais provável e confiável afirma
que palavra chévere ou chebere é uma voz africana trazida
pelos efik, que chegaram a Cuba como escravos e que, posteriormente, na
primeira metade do século XIX, em Habana, fundaram uma sociedade secreta
chamada Abakua para resistir à
escravidão. Essa sociedade era formada por homens africanos que compravam
escravos para libertá-los. Eles falavam um idioma secreto, baseado no calabri
(de origem nigeriana) que usavam em seus rituais e cerimônias.
Em sua língua
original, o termo significa valente, bravo. Os ‘abakuas’ se organizaram em locais
de celebração de sua sociedade secreta chamadas ‘plantes’ em La Habana e em
Matanzas. Como parte de sua liturgia, os iniciados participavam de procissões
públicas nas cidades de Regla e Guanabaco, não tanto propriamente em La Habana,
onde um dos cânticos entonava assim: “Ekue,
ekue, sabiaka mokongo ma chebere…”. Esta toada se encontra em gravações baseadas
em temas ‘abakua’ gravados em Cuba por Cachao nos anos cinquenta, e
posteriormente, por Tito Puente: “Chévere,
chévere… mi mulata sí que es chévere”.
É através da música que palavras
como chévere (do ‘efik’) ou ‘ache’ (do ‘yoruba’ ou ‘lucumi’) tão usada por
Rolando LaSerie e Celina passam para o vocabulário de todo o Caribe. Para mais
informações sobre a sociedade abakua, os interessados podem consultar a obra de
Lydia Cabrera (Cabrera, Lydia La sociedad secreta Abakua; narrada por viejos
adeptos. Ediciones CR, Havana. 1959, 296p. + 16p. illus).
A 23ª edição do Diccionario
de la Lengua Española (RAE) registra o vocábulo da seguinte forma:
chévere
1. adj. Ant., Bol., Col., El Salv., Hond., Pan.,
Perú y Ven. Estupendo, buenísimo, excelente.
2. adj. Ant., Bol., Ec., Hond., Méx., Pan., Perú y Ven. Primoroso, gracioso, bonito,
elegante, agradable.
3. adj. Ant., Col., Pan., Perú y Ven. Benévolo, indulgente. Un profesor chévere. Un examen chévere.
4. adv. Bol., Méx., Pan., Perú, R. Dom. y Ven. magníficamente (‖ muy bien).
k-minos.com
es.wikipedia.org
etimologias.dechile.net
Uma "pessoa legal", poderia ser uma "pessoa simpática ou confiável?
ResponderExcluirUma pessoa legal é alguém com quem você simpatiza, por quem você tem afeição e afinidade. Na Espanha, a melhor tradução para "uma pessoa legal" seria, em minha opinião, "una persona maja", e para dizer que você simpatiza com alguém, você pode dizer "mi vecina me cae muy bien", por exemplo.
ExcluirEsqueceu padre que se diz no Mexico mais que chido.
ResponderExcluirObrigada pela contribuição, Margaret.
ResponderExcluirUm abraço.
En Colombia se usa Genial tambien! Me encanta tu blog! Felicitaciones.
ResponderExcluirMuchas gracias, Mari! Qué amable! Me has alegrado el día.
ResponderExcluirCom licença. Eu só queria dizer duas coisas. Primeiramente, o Brasil não fala espanhol, fala português, e como eu sei? Eu sou brasileira. E em segundo lugar; na nossa língua, não tem esse ponto de exclamação de cabeça para baixo, afinal, fomos colonizados pelos portugueses, não pelos espanhóis.
ResponderExcluirMas, de resto, você traduziu certinho, muito bem!
Problemas resolvidos, troquei no título "hispano-americanos" por "latino-americanos" para incluir o Brasil — que obviamente fala português e não espanhol — e tirei o "¡" antes de legal.
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