O verbo “refanfinflar”
é uma criação expressiva utilizada na Espanha, tem sua origem na oralidade
popular, na coloquialidade. É uma forma de dizer que está “pouco se
lixando” ou "que está se danando" para algo ou para alguém, ou seja, que não lhe dá a mínima
importância.
“Refanfinflársela algo
a alguien” é uma locução verbal vulgar, malsoante, equivale a expressões
como “traerle sin cuidado, importarle un
bledo, un pepino, un pito”. E o pronome la de tal construção
se refere ao órgão reprodutor masculino (la polla, denominação vulgar), de acordo com o modelo estabelecido
por outras expressões paralelas, e ainda mais vulgares, sudásela/soplársela/pelársela a alguien e traérsela
(floja, pendulona) a alguien. Emprega-se da seguinte forma:
Me la renfanfinfla
cualquier problema suyo.
Izco: "Lo que
diga Mourinho me la refanfinfla" (declaração do jogador Izco do Real
Madrid sobre o técnico, com respeito ao encontro natalino com a mídia, http://www.resultados-futbol.com/noticia/izco-lo-que-diga-mourinho-me-refanfinfla)
Ricardo Rousselot: «El Premio Nacional de
Diseño me la refanfinfla» (declaração
do considerado “mestre da caligrafia” sobre o prêmio nacional de desenho, http://graffica.info/rousselot-el-premio-nacional-de-diseno-me-la-refanfinfla/)
Essa criação
expressiva, por sua vez, já deu origem a uma nova variante, “repampinflar”,
como registra o artigo “Refanfinflar, repampinflar”, de Pedro Álvarez de Miranda, publicado na
revista Rinconete do Centro Virtual
Cervantes. “En una entrevista periodística a Rosa Díez me topo con un bien
curioso verbo: «Hay quien dice que somos de la extrema derecha y quien dice que
somos de la extrema izquierda; nos la repampinfla el adjetivo» (El País,
25 de mayo de 2013). Me refiero, naturalmente, a ese repampinflar,
que me ha llevado a indagar, por vía de ejemplo, en la alta variabilidad de las
llamadas «creaciones expresivas».
Nesse interessante artigo,
o autor se indaga sobre o que origina esse tipo de criações expressivas, como
se cristalizam e como surgem outras variantes. Para ler o artigo na íntegra, acesse
A origem dessa expressão é
desconhecida, mas pode ser vista como uma “jitanjáfora”,
texto carente de sentido cujo valor estético se baseia na sonoridade e no poder
evocativo das palavras, reais ou inventadas que o compõem. A palavra “jitanjáfora”,
por sua vez, foi usada pelo poeta cubano, M.Brull (1891-1956) para finalizar o
terceiro verso de um poema que, repleto de vozes sem significado, mas de grande
sonoridade. Posteriormente, o humanista Alfonso Reyes (1889-1959) a usaria para
designar esse tipo de enunciados.
dle.rae.es
cvc.cervantes.es
http://blogs.lavozdegalicia.es/
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