Eis mais uma armadilha da língua espanhola: os parônimos ‘consciencia’
e ‘conciencia’, que em alguns contextos são sinônimos perfeitos; e em outros,
não.
Com o sentido geral de percepção ou conhecimento, as formas conciencia e consciencia são permutáveis, embora
geralmente se prefira a forma mais simples, sem o ‘s’: “Tenemos conciencia/consciencia de nuestras
limitaciones”. No entanto, com o sentido moral, como capacidade de distinguir
entre o bem e o mal, somente é correto o emprego da forma conciencia: “Conciencia moral es ser uno mismo para
el outro” (Jean Paul Sartre em entrevista a Benny Lévy para o
Nouvel Observateur, publicada no jornal El País http://elpais.com/diario/1980/04/19/cultura/324943207_850215.html).
Com esse sentido, faz parte de várias locuções como: conciencia
limpia/tranquila, tener mala conciencia, remorderle la
conciencia, no tener conciencia (não ter escrúpulos), tener cargo de conciencia, etc.
O adjetivo correspondente, em todos os casos, é consciente; e seu
antônimo, inconsciente. São erradas as formas conciente e inconciente. Emprega-se
com o verbo estar com
o sentido de manter o conhecimento: “A pesar del grave accidente y de
la medicación, está consciente”; e se emprega com o
verbo ser com o
sentido de saber algo o ter consciência disso: “El traductor es consciente de que
no siempre es posible encontrar correspondientes en la lengua meta”, neste
caso, deve-se empregar a preposição ‘de’ antes da conjunção ‘que’
para introduzir o complemento desse adjetivo.
O verbo correspondente é concienciar (fazer que alguém seja consciente de algo) “Es
esencial concienciar a los niños de
la necesidad de conservar el medio ambiente»; na América Hispânica, é comum
o uso da forma concientizar:
“El Papa dio a conocer “Ludato si”, un documento que apunta a concientizar a
la comunidad internacional sobre problemas ambientales” (www.perfil.com).
Os respectivos substantivos são concienciación e concientización.
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