Em espanhol, a palavra "gracia", tem as mesmas acepções que em português: dom ou dádiva, conjunto de qualidades que torna algo agradável, qualidade do que é engraçado.
A diferença se encontra no adjetivo "gracioso/a", que em espanhol habitualmente se usa para algo ou alguém que tem a qualidade de provocar o riso, ou seja, no sentido de "engraçado"; enquanto, em português, "gracioso/a" se usa para algo ou alguém que tem elegância, encanto.
Assim, em espanhol, "una película graciosa", por exemplo, seria aquele filme que nos faz rir; e tal como mostra a figura da postagem, um bom exemplo de "mujer graciosa" seria a nossa querida Chiquinha; enquanto, no Brasil, uma "mulher graciosa" seria, por exemplo, a Sandy, por sua delicadeza e feminilidade. Embora em espanhol também se possa usar o adjetivo "gracioso/a" para algo sutil e harmonioso como a dança delicada de uma bailarina; em português, não dizemos que assistimos a um "filme gracioso" quanto este nos fez rir.
Não é um daqueles falsos amigos mais famosos que provocam grandes confusões, mas há, de fato, uma diferença de uso.
Tanto em espanhol quanto em português, quando dizemos que uma pessoa tem "su gracia" ou "sua graça", queremos dizer que essa pessoa tem seu encanto, independente de sua beleza física. Aliás, nunca é demais lembrar que a beleza está nos olhos de quem vê, assim o que para o hispanofalante é uma "mujer graciosa" para o lusofalante pode ser uma "mulher graciosa" e vice-versa; além disso, em minha opinião, a qualidade de fazer os outros rir, também torna a pessoa mais bonita.
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