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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

História da língua espanhola

Origem e evolução do Castelhano

O castelhano é uma língua românica cuja origem se encontra na evolução do latim vulgar, falado na península ibérica a partir do século III a.C. No entanto, conta com vestígios de línguas pré-romanas, faladas por povos que habitavam a península antes do processo de romanização: o chamado substrato ibero, celta, fenício, ligur. As línguas desses povos acabaram desaparecendo com sua incorporação à cultura latina, que se impôs como majoritária, com exceção do vasco, ou euskera, que manteve sua estrutura alheia ao processo de romanização. Algumas palavras que ficaram fossilizadas procedentes desses povos primitivos são: abedul, álamo, tarugo, barranco, braga, arroyo...



A maior parte da gramática, sintaxe e léxico da língua espanhola, procede do latim falado e, em menor medida, do latim culto. Poderíamos dizer que nossa língua é quase em sua totalidade uma evolução ou, melhor, uma progressiva corrupção da língua latina. Do mesmo modo que outras línguas românicas esta corrupção deu lugar a diferentes variantes em diferentes regiões mais ou menos distantes da capital, Roma, e segundo a classificação clássica das línguas românicas, é uma língua do subdomínio ocidental, e junto com o catalão, o galego, o português, e o ocitano, entre outras, pertence ao grupo das línguas ibero-românicas.

http://leerycrear.wikispaces.com/ORIGEN+DEL+CASTELLANO


Na alta Idade Média, as invasões de povos germânicos: vândalos, suevos, alanos e visigodos, deixaram certas palavras residuais na língua espanhola, embora sua influência não tenha sido muito notória na evolução geral do idioma. Os germanismos que permaneceram são: albergue, guerra, ganar, robar, rico, fresco, blanco, ropa, entre outros.

Do período árabe, conta-se com um importante corpus de palavras, além do dialeto mozárabe, que foi falado em uma grande quantidade de territórios, destes quase 8 séculos de convivência (711-1492). Assim ficaram palavras como: mazapán, albaricoque, alcachofa, alubia, aceite, algodón, taza, alcantarilla, albañil, azotea, azúcar, algodón, azul, almacén, cifra, alcohol, e muitos mais.

Dessa etapa medieval conservam-se obras de grande importância cultural, como as obras de Alfonso X, o Sábio, obras épicas como o Cantar de Mío Cid (1140), primeira obra conservada da literatura espanhola, e lírica castelhana e galaico-portuguesa. Cabe mencionar também um importante grupo de obras do Méster de Clerecía. Sabe-se que existiu uma grande tradição oral formada por poesia épica narrativa, canções de gesta e outras manifestações dos juglares (trovadores) hoje em dia perdidas ou parcialmente recopiladas.

Do período pré-renascentista conservam-se obras de autores como Juan de Mena, o Marquês de Santillana, de carácter latinizante, e outros autores de teatro, de característica mais popular. A obra mais importante dessa época é La Celestina, de Fernando de Rojas.

A formação do espanhol clássico

Em 1492, os reis católicos decidem expulsar da península ibérica todos aqueles que não se convertam ao cristianismo: árabes, judeus e demais minorias étnicas, acabando assim com um período de coexistência cultural de quase 8 séculos. Em seu afã de unificar o território de seus respectivos reinos, que será a maior parte da península, decidem tomar uma série de medidas, entre as quais se encontra a unificação linguística, além da religiosa.

Assim, encomendam a primeira Gramática de la lengua Castellana a Antonio de Nebrija, que é considera a primeira gramática da língua espanhola sistematizada e formal, em 1492. Nesta obra, tenta-se, pela primeira vez, unificar certos critérios linguísticos como as grafias, alguns aspectos gramaticais e fixar o significado das palavras.

Já no Século de Ouro, aparece a obra considerada o segundo marco na fixação normativa do castelhano: El Tesoro de la Lengua Castellana, de Sebastián Covarrubias.

O desenvolvimento da literatura espanhola do período do séculos de Ouro (períodos do Renascimento e Barroco) com autores tão importantes como San Juan de la Cruz, Fray Luis de León, Miguel de Cervantes, Lope de Vega, Luis de Góngora, Francisco de Quevedo e Calderón de la Barca, entre outros, contribui para a fixação das letras no chamado período clássico.

O espanhol moderno

A criação da RAE, Real Academia Espanhola da língua, em 1713, por Juan Manuel Fernández Pacheco, e posteriormente a publicação, por esta instituição, do Diccionario de Autoridades (1726-39), constitui o germe da gramática moderna da língua espanhola, sendo esta instituição, desde então, a mais importante na fixação das normas que devem reger a língua espanhola.

Atualmente a RAE é integrada por acadêmicos cuja nomeação tem um caráter honorífico, tratando-se das mais relevantes personalidades no mundo das letras hispânicas, por suas conquistas como literatos, pesquisadores, docentes, lexicógrafos e suas respectivas contribuições para a difusão cultural da língua espanhola.

Outra missão importante da RAE consiste em regular a incorporação de novos termos, como são os empréstimos de outras línguas, adaptando sua grafia e seu uso às regras do espanhol.

A RAE dispõe de uma página web, www.dle.rae.es, na qual podem realizar-se diversas consultas lexicais e gramaticais: o dicionário, o dicionario de dúvidas, o corpus CREA e outras.

Tradução de uma parte do texto de autoria de Paula Salgado Reig, publicado no Portal Interuniversitario del Español.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Origem e significado da expressão "¡hala!" em espanhol

Esta pequena palavrinha tem diversas funções, seu significado varia e pode até mesmo ser contraditório, dependendo do contexto e da intenção do autor ou do falante. No texto, seu significado se deduz do contexto; na fala, fica mais fácil deduzir seu significado, pois podemos observar a expressão do falante e seu tom de voz. 

Assim como o nosso "puxa" ou "poxa", pode expressar tanto um sentimento positivo de admiração ou surpresa quanto um sentimento negativo de reprovação ou aborrecimento.


1. A interjeição ¡hala! (com voz paroxítona), usada principalmente na Espanha, para incentivar alguém a realizar uma ação, é mais um legado da cultura árabe e originalmente era usada para excitar os cavalos. Com esse sentido, pode ser traduzida ao português como "vamos", "anda".

Hala, vete vistiendo que llegamos tarde.

O novo hino do time do Real Madrid, por exemplo, titula-se "Hala Madrid y nada más" é o grito da torcida para animar seu time: ¡Hala Madrid!

fonte: www.futbol.as.com

2. Também se usa para denotar surpresa ou admiração, com esse sentido pode ser traduzida ao português como uau, eita, eta (êta), poxa, puxa.

¡Hala, qué bonito es esto!



3. Para censurar algo que causa aborrecimento. Com esse sentido, pode ser traduzida ao português como puxa, poxa, ora bolas, etc.

Pues si no te disfrazas, no vienes a la fiesta, hala.

4. Para expressar o caráter precipitado ou persistente de un fato. Com esse sentido, pode ser traduzida ao português como pronto, logo.

Llegó y, hala, se puso a colocar los libros sin orden ni concierto.
Y él, hala, venga a criticar a todo el mundo. 

5. A locução "hala, hala" denota a continuidade de uma ação:

Empezó a comer y, hala, hala, acabó con todo. 

Normalmente, escreve-se com agá, embora também seja válida a forma ala: «Pues, ala, empieza» (Hidalgo Hijas [Esp. 1988]). É voz paroxítona: [ála]. Para expressar surpresa ou admiração também se emprega a voz oxítona alá, escrita sem agá: Alá, mira cómo llueve. A forma ala é empregada em algumas regiões da Colômbia e da Venezuela como interjeição vocativa, para dirigir-se a alguém ou reclamar sua atenção.



Existe, ainda, a variante hale, que puede escrever-se também sem agá: «Pues hale, no perdamos tiempo» (Sierra Palomas [Esp. 1990]); «Ale, ale, póngase a escribir» (Sastre Kant [Esp. 1989]).



Fontes:

Diccionario Panhispánico de Dudas
Fundéu

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

13 autores notáveis da literatura hispano-americana

Primeiramente, quero dizer que esta é uma lista incompleta, certamente há muitos outros autores notáveis, mas a escolha é baseada no prestígio dos autores no meio literário e em meu limitado conhecimento. A maioria dos escritores aqui citados consta nos currículos dos cursos de Letras Língua Espanhola, ou seja são autores representativos para o estudo da literatura hispano-americana. Seus textos são cânones, isto é, modelos de produção escrita em língua espanhola. 

A expressão literatura hispano-americana refere-se à literatura escrita em língua espanhola pelos povos de México, América Central, América do Sul e as Caraíbas, por isso, não se incluem aqui autores brasileiros. 

Sua história, que começou durante na época dos conquistadores, no século XVI, pode ser dividida, sem grandes pormenores, em quatro períodos: o colonial, que é um adendo das literaturas dos colonizadores; o patriótico, que reflete os movimentos de independência iniciados no século XIX; o de consolidação, a partir de 1830, quando as formas neoclássicas do século XVIII deram passo ao romantismo, que dominou o panorama por quase meio século e o auge, durante a etapa de consolidação nacional que seguiu ao período anterior até que atingiu sua maturidade a partir da década de 1910, com o modernismo, afastando-se de um cânone literário especificamente europeu e chegando a ocupar um significativo local dentro da literatura universal. 

É habitual considerar que o momento de maior auge da literatura hispano-americana surge com o denominado boom, fenômeno literário e editorial que surgiu entre 1960 e 1970, quando o trabalho de um grupo de escritores relativamente jovens da América Hispânica (o colombiano Gabriel García Márquez, o peruano Mario Vargas Llosa; o argentino Julio Cortázar e o mexicano Carlos Fuentes, entre outros) foi amplamente distribuído pelo mundo todo.

Esses escritores desafiaram e superaram os convencionalismos estabelecidos na literatura de seus países através de obras experimentais, de afã totalizador, além de um marcado caráter político, devido à situação geral da América Latina naqueles anos.

Espero que esta lista os instigue a conhecer os textos desses autores, afinal, a literatura é um excelente meio para mergulhar na cultura e na língua estrangeiras!

ARGENTINA

Jorge Luis Borges (1899-1986)
Nascido em Buenos Aires, é um dos escritores mais importantes da Argentina e uma das figuras de destaque da literatura contemporânea do século XX. Cultivou diversos gêneros literários, centrando-se no ensaio, a narrativa e a poesia, demonstrando um perfeito domínio da língua castelhana. Em toda sua subjaz uma mensagem existencialista, quase filosófica. Criou um mundo fantástico, metafísico e totalmente subjetivo. Sua obra, exigente com o leitor e de não fácil compreensão, despertou a admiração de numerosos escritores e críticos literários do mundo todo. Entre suas principais obras, encontram-se El Aleph, Ficciones, El libro de Arena, Fervor de Buenos Aires e El idioma de los Argentinos.  

Julio Cortázar (1914-1984)
Em sua narrativa, reúne tanto a herança de Borges, Marechal e Macedonio Fernández como a de uma tradição europeia na linha da literatura fantástica surrealista. Seus melhores contos se encontram nos volumes Bestiario, Final del juego e Las armas secretas. Viveu grande parte de sua vida em Paris, cidade que o inspirou a escrever aquele que seria seu principal romance, Rayuela (O jogo da amarelinha), considerada por muitos sua obra mestra, influenciou os jovens narradores hispano-americanos. Fiel a seu caráter inovador, inclui um breve capítulo no início da novela, no qual o autor ensina ao leitor as diferentes maneiras de ler a obra. Alguns afirmam que essa forma de leitura seria a criação do “link”, presente atualmente nos textos eletrônicos.

CHILE

Isabel Allende (1942)
Tornou-se um dos maiores nomes da literatura latino-americana a partir da década de 1980, quando estreou no campo da ficção. As novelas que misturam mitos com personagens inusitados, combinando realidade e sobrenatural, alcançaram grande sucesso entre o público e a crítica. Entre seus livros destacam-se: La Casa de los Espíritus, De amor y de Sombra, Eva Luna, El Plan Infinito, Paula, Afrodita, La Hija de la Fortuna e Retrato en Sepia.


Pablo Neruda (1904-1973)
É considerado um dos melhores poetas do século XX. Publicou mais de trinta obras de poesia em vida, de entre as quais, destaca-se Veinte poemas de amor y una canción desesperada. Trata-se de uma recopilação de poesias que cantam o amor e o desamor com um inconfundível toque de nostalgia. Sua poesia é profundamente humana e oscila entre o romantismo doce e simples. Vê na mulher amada uma transfiguração da paisagem de rios e colinas.





COLOMBIA
Gabriel García Márquez  (1927 - 2014)
Considerado o pai do movimento literário realismo mágico, é conhecido por sua técnica narrativa de misturar, de forma perfeita, fatos do cotidiano com elementos de fantasia. Conhecido mundialmente por sua obra Cien años de soledad, novela que narra a história da família Buendía e da fundação do povoado de "Macondo" e que contém temáticas como a fatalidade, o amor e a morte. Outras obras de destaque são Crónica de una muerte Anunciada, El amor en los tiempos del cólera, La Hojarasca e El general en su laberinto. Recebeu o prêmio Nobel de Literatura em 1982.



MÉXICO

Carlos Fuentes (1928-2012)
Escritor, intelectual e diplomata mexicano, um dos autores mais destacados de seu país y das letras hispano-americanas, autor de romances como La región más transparenteLa muerte de Artemio CruzAura e Terra Nostra e ensaios como La nueva novela hispanoamericana, Cervantes o la crítica de la lectura, El espejo enterrado, Geografía de la novela e La gran novela latinoamericana, entre outros.
Recebeu, entre outros, o Prêmio Rómulo Gallegos, em 1977; o Cervantes, em 1987; e o Príncipe de Asturias de las Letras, em 1994. E foi nomeado grande oficial da Legião de Honra, em 2003 e cavalheiro grande cruz da Ordem de Isabel a Católica, em 2009. Foi nomeado membro honorário da Academia Mexicana da Língua em agosto de 2001 e Doutor honoris causa por várias universidades, entre elas HarvardCambridge e Nacional de México.
Até o dia de seu falecimento, foi considerado candidato principal para obter o Prêmio Nobel de Literatura. O último latino-americano a receber este premio, o peruano Mario Vargas Llosa, expressou seu desejo de que o próximo autor da língua a recebê-lo fosse Carlos Fuentes. Este disse pouco tempo antes: "Cuando se lo dieron a García Márquez (1982) me lo dieron a mí, a mi generación, a la novela latinoamericana que nosotros representamos en un momento dado. De manera que yo me doy por premiado".


Juan Rulfo (1917-1986)
Com apenas duas obras, Juan Rulfo consagrou-se como mestre da literatura latino-americana contemporânea. Nos relatos de El llano en llamas, aparecem as áridas terras de Jalisco, onde "os mortos pesam mais que os vivos". Com uma língua prodigiosa, simples e concisa, e de um ponto de vista impessoal, Rulfo faz desfilar em uma sucessão de enquadramentos impressionistas, a ação é escassa, a realidade de umas gentes à beira do desespero. O clima dos relatos é de alucinação, pois não há roupagem alguma capaz de mascarar a miséria. Na novela Pedro Páramo, utiliza idênticos procedimentos para contar uma história que está presa pela fatalidade.


Octavio Paz  (1914-1998)
Deu-se a conhecer como poeta, em 1933, com Luna silvestre. Publicou mais tarde Entre la piedra y la flor, A la orilla del mundo, um livro de poemas em prosa, ¿Águila o sol?, Semillas para un himno e La estación violenta, livros que, em 1960, reúne em Libertad bajo palabra. A este primer ciclo poético seguem-se outros dois: Salamandra e Ladera este. Após apresentar dois textos de poesia óptica, Topoemas e Discos visuales, Paz compila em um quarto ciclo sua última produção poética, Pasado en claro (1975).
Em seus ensaios, Octavio Paz exerce um magistério que, sem dúvida, é o mais influente na atual literatura mexicana. Os temas de que trata são diversos: literários: Las peras del olmo, Cuadrivio; históricos: Conjunciones y disyunciones, La búsqueda del comienzo; de moral, política, arte, etc.: Puertas al campo, El mono gramático, Los hijos del limo; sem esquecer seu ensaio sobre a essência do mexicano: El laberinto de la soledad. O conjunto desta produção tornou-o um fecundo ensaísta da literatura latino-americana.

PARAGUAI

Augusto Roa Bastos (1917-2005)
Seus relatos breves El trueno entre las hojas, El baldío e Moriencia, descrevem magistralmente diversos aspectos da vida paraguaia. Como romancista, Roa torna-se intérprete, em Hijo de hombre, da opressão do povo paraguaio, enquanto em Yo el Supremo, reconstrói a figura do doutor Francia, “Perpétuo Ditador do Paraguai”, em uma meditação sobre o poder. Somente por esta novela, Roa já mereceria aparecer entre os grandes escritores latino-americanos do século XX.




PERU

Mario Vargas Llosa (1936)
É um especialista das técnicas narrativas e membro da literatura hispano-americana denominada "boom". Se no contexto peruano, sua obra que se inicia com La ciudad y los perros, representa uma reorientação da temática do indigenismo, ao mesmo tempo que representa uma abertura para novas formas de escrever romances, La Casa Verde, Conversación en La Catedral, no contexto continental suas novelas supõem mudança, no entanto seguindo Faulkner e Joyce. Além das obras citadas, Vargas Llosa é autor de um magnífico relato Los cachorros, bem como de outras novelas: Pantaleón y las visitadoras, La tía Julia y el escribidor e  La guerra del fin del mundo, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, em 2010.

URUGUAY

Felixberto Hernández (1902-1964)
Genial contista que dá expressão aos impulsos do inconsciente mediante uma estrutura ilógica em Fulano de tal, Libro sin tapa, La cara de Ana e  La envenenada e, posteriormente, em Nadie encendía las lámparas e La casa inundada.









Juan Carlos Onetti (1909-1994)
Onetti é considerado um dos poucos existencialistas em língua castelhana. Mario Vargas Llosa, quem preparou um ensaio sobre Onetti, disse em uma entrevista que “é um dos grandes escritores modernos, e não somente da América Latina”. “Não obteve o reconhecimento que merece como um dos autores más originais e pessoais, que introduziu principalmente a modernidade no mundo da literatura narrativa”. “Seu mundo é um mundo antes pessimista, carregado de negatividade, isso faz que não chegue a um público muito vasto”. Seu primeiro romance El pozo, foi considerada por Vargas Llosa como o início do romance moderno na América Latina. 
O romance Tierra de nadie obtém o segundo lugar no concurso Ricardo Güiraldes. Nesse mesmo ano, publica Un sueño realizado, considerado seu primeiro conto importante.
Nos anos seguintes, publicará o romance Para esta noche e uma série de contos, publicados no jornal La Nación, entre os quais se destaca La casa en la arena, por ser o que dá início ao mundo de sua cidade de Santa María, que desenvolverá no romance La vida breve. Precisamente nessa cidade mítica transcorrerá a ação da grande maioria de seus novos romances e contos.

Horacio Quiroga (1878-1937)
Contista, dramaturgo e poeta uruguaio. Seus relatos breves, que frequentemente retratam a natureza como inimiga do ser humano sob traços temíveis e horrorosos, valeram-lhe a comparação com o escritor norte-americano Edgar Allan Poe. Sentiu-se atraído por temas que abarcavam os aspectos mais estranhos da Natureza, frequentemente marcado pelo horror, doença e sofrimento para os seres humanos. Muitos de seus relatos pertencem a esta corrente, cuja obra mais emblemática é a coleção Cuentos de amor de locura y de muerte
A vida de Quiroga, marcada pela tragédia, os acidentes de caça e os suicídios, culminou, por decisão própria, quando bebeu um copo de cianureto no Hospital de Clínicas de Buenos Aires, ao saber que sofria de câncer gástrico.

No marcador Contos traduzidos, aqui no blog, vocês podem ler a tradução ao português de alguns textos desses autores.

sábado, 24 de outubro de 2015

Palavras truncadas em espanhol


Uma palavra truncada é aquela que se compõe de uma ou duas sílabas, cuja forma procede da redução de uma palavra mais longa, com a qual compartilha significado. O processo de truncamento consiste em omitir as primeiras ou últimas sílabas às vezes de modo incompleto, como facu de facultad ou info de información. Em poucos casos, omitem-se sílabas do meio da palavra em alguns topônimos como Barna de Barcelona e Frisco de San Francisco e, em ocasiões, o truncamento se altera parcialmente com alguma mudança adicional compi ou porfi, que trocam o ‘a’ pelo ‘i’, ou anarco de anarquista. Em espanhol esse processo é conhecido como acortamiento o truncamiento.

Vejamos uma lista das palavras truncadas mais usadas em espanhol:

anarco = anarquista
auto = automóvil
beis = béisbol
bici = bicicleta
biblio = biblioteca
bisa = bisabuelo(a)
bocata = bocadillo
bolche = bolchevique
boli = bolígrafo
borra = borrador
bus = autobús
casete = radiocasete
celu = celular
ceni = cenicero
chacha = muchacha
chicano = mexicano
chiqui = chiquitín (niño pequeño)
chori = chorizo
choripán = chorizo con pan
chuche = chuchería
coca = cocacola
cole = colegio
cole =    colectivo
comi =  comisaría
compa, compi = compañero
compa, cumpa = compadre
comper = con permiso
compu = computadora
cumple = cumpleaños
deli = delicioso
demo = demostración
dire = director
disco = discoteca
díver = divertido
eco = ecografía
facu = facultad
facha = fascista
finde = fin de semana
foto = fotografía
frigo = frigorífico
gili = gilipollas
gineco = ginecólogo
Graná = Granada
híper = hipermercado
ilu = ilusión
impeque = impecable
info = información
inox = inoxidable
insti, tuto = instituto
jo = jolines
joputa = hijo de puta
kilo = kilogramo
lipo = liposucción
majara = majareta
masoca = masoquista
mate, mates = matemáticas
micro = microbús
micro = microondas
mili = servicio militar
moto = motocicleta
munipa = policía municipal
ofi = oficina
peli = película
pelu = peluquería
pende = pendejo
pendeviejo = pendejo viejo
peque = pequeño(a), pequeñín
pisci = piscina
poli = policía
poli = polideportivo
poli = político
porfa, porfi, porfiplís =  por favor
porsiaca = por si acaso
prefe = preferido
prepa = preparatoria
presi =  presidente
profe = profesor/a
promo = promoción
refri = refrigerador
repe = repetido
ridi = ridículo
rotu = rotulador
saca = sacapuntas
secre = secretaria
seño =  señorita
sudaca  = sudamericano (pejorativo)
tele = televisión/televisor
tranqui = tranquilo
trole = trolebús
uni = universidad
vacas = vacaciones
vice = vicepresidente
zoo = zoológico


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Lenda urbana sobre tradução automática

Dizem as más línguas que na época da guerra fria os Estados Unidos tinham muito interesse em desenvolver um programa que conseguisse traduzir russo e vice-versa.

Milhões de dólares mais tarde, quando finalmente decidiram testar o protótipo. Para isso, chamaram alguém considerado “neutro” para que não puxasse a sardinha para um ou outro lado: tecnologia ou linguística. Assim, convidaram o bispo, que sugeriu a seguinte citação evangélica: “The spirit is willing but the flesh is weak” (O espírito é forte, mas a carne é fraca).

A máquina, “pensou” e após alguns segundos, soltou a frase em russo.
Todos se entreolharam atônitos e perplexos, e como ninguém ali sabia russo, resolveram fazer o caminho inverso, retraduzindo a frase ao inglês.

Fez-se silêncio, até que a máquina regurgitou:
A vodca é forte, mas o bife é macio”.

A confusão se daria porque spirits em inglês britânico também significa bebida destilada. Sem falar na segunda parte da sentença...

Vale lembrar que, em português, a palavra espírito também tem entre seus significados cachaça ou bebida alcoólica.

Vejamos algumas acepções registradas no dicionário Houaiss para esse vocábulo.

espírito:

Rubrica: alquimia. Diacronismo: antigo.
líquido obtido pela destilação; álcool, álcool etílico

Derivação: por extensão de sentido.
qualquer bebida alcoólica

Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
aguardente de cana; cachaça


Wine & Spirits Shoppe 
Loja de Vinhos e Destilados

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Significado da expressão em espanhol “Estar/Poner a alguien en la picota”

A picota era uma espécie de coluna de pedra que terminava em uma afiada ponta de ferro, nela se colocavam as cabeças dos executados e nela se amarravam os réus para escárnio público. Em português, é chamada de pelourinho.

A pena de exibição pública na picota já aparecia legislada na Espanha, no século XIII, no livro Las Partidas, de Alfonso X, e era considerada a última das penas leves para desonra e castigo dos delinquentes.

Dessa prática nasceu a expressão estar/poner en la picota, usada normalmente no sentido de tornar evidentes os defeitos de alguém, ou de colocar alguém em evidência diante dos outros. 

Fonte: www.elpais.com

Exemplos:

Estados Unidos pone a Suiza en la picota por oro nazi. (www.eltiempo.com)

El principal imputado del PSOE de Sánchez en la picota: la jueza quiere saber por qué pagó 36.000 euros en efectivo por su piso. (www.infolibre.es)

El prestigio alemán en la picota (artigo sobre o recente escândalo da Volkswagen, www.elperiodico.com)

Octavio Paz en la picota (artigo sobre o escritor mexicano que se queixava dos ataques que recebia da esquerda, www.letraslibres.com)

Bajo el título “La picota de la vergüenza”, el rotativo, que es lectura obligada de los políticos alemanes y que es leído por más de ocho millones de personas, ilustra la dimensión de la ola de violencia que se ha gestado en el país desde que estalló crisis de los refugiados. (trecho do artigo publicado no jornal El País, sobre o racismo no Facebook, www.elpais.com)

Em português temos uma expressão semelhante, estar ou colocar na berlinda, originada de uma brincadeira de crianças, em que uma delas se afasta e cada uma das outras faz sobre ela um comentário, que depois lhe será transmitido, omitindo-se o autor; o que mais lhe agradar fará seu autor substituí-la (ou, noutra variante, deve adivinhar quem fez cada comentário).

Felizmente, já não existe esse instrumento de humilhação, embora a prática de ridicularizar os outros continue viva. Ainda restam alguns exemplares de picotas por aí, e outros foram transformados em cruzeiros para evitar a demolição. 


À esquerda, picota na praça de Palazuelos, em Guadalajara (ironicamente ao lado de um parque infantil); à direita, Picota de Presencio, em Burgos 

Fontes:

es.wikipedia.org
Diccionario de dichos y frases hechas, de Alberto Buitrago
Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa 3.0

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Entrevista a Jesús Brotons Floría, locutor e intérprete del audiolibro del Quijote


Jesús Brotons Floría (Madrid, 1964) es periodista. Siempre ha trabajado en el sector de la radio. Ha desempeñado su trabajo en emisoras regionales de las grandes cadenas de radio de España como la SER, COPE y OndaCero. Su trabajo informativo estuvo vinculado inicialmente con la crónica política para, posteriormente, especializarse en el área de información relacionada con las infraestructuras y la energía. Durante tres años formó parte del Gabinete de Comunicación de la Confederación Hidrográfica del Ebro para, posteriormente, centrarse en la información local, con especial atención al medio rural. Simultaneamente con el trabajo periodístico ha realizado trabajos de doblaje y locución en castellano para diversas productoras nacionales e internacionales de cine y documentales (entre ellas National Geographic)

Diana – En primer lugar, muchísimas gracias por aceptar dar la entrevista y darnos la oportunidad de saber un poco más sobre tu trabajo. ¿Cuéntanos un poco sobre cómo llegaste a ser periodista y locutor? ¿Ya pensabas en ello cuándo aún eras pequeño o fue algo inesperado?

Jesús – Yo me estaba preparando para ingresar en la Escuela de Ingeniería Aeronáutica. Quería formar parte de los equipos que diseñan y fabrican aeronaves y, eso sí que era soñar, acabar formando parte de los ingenieros de alguna agencia espacial. Mis tropiezos con las matemáticas superiores me pusieron en una realidad distinta. Sin saber qué hacer apareció la posibilidad de entrar como locutor en una radio local en el pueblo de Calatayud (Zaragoza). Descubrí un mundo nuevo y, como me ilusiono con casi todo lo que emprendo, me comprometí con el mundo de la comunicación. Eso llevó a los estudios y a acabar siendo periodista.

Lo de la locución llegó de la mano de las cualidades de mi voz. Es grave, pausada, con una dicción correcta y una entonación sin huellas de acentos regionales. No fue siempre así, claro, pero la práctica y la formación sirvieron para pulir y mejorar el instrumento de trabajo. Es curioso pero donde más se aprende creo que es en la locución comercial. Ser intenso, con una determinada intención y en un tiempo reducido obliga a corregirse y mejorar.

Diana - ¿Y en cuanto a los audiolibros, cómo fue que te lanzaste a ello?

Jesús – En realidad sólo he hecho tres. No es un campo en el que me haya prodigado precisamente. Había escuchado algún audiolibro de los que forman parte del bando de recursos de la ONCE (Organización Nacional de Ciegos de España). Me parecieron, al menos los que consulté, muy aburridos. Los encontré como si los hubiera leído de corrido un estudiante con prisas. Me pareció que con muy poquitas cualidades vocales y artísticas se podrían mejorar mucho. El primer trabajo fue la lectura de El Quijote.

Diana - ¿Cómo reaccionaste al recibir la invitación para grabar el audiolibro del Quijote? ¿Fue una invitación o un proceso selectivo?

Jesús – Tiene una breve historia previa. Adolfo García Pascual, uno de los mejores técnicos de estudio que hay en España, tiene su estudio en Zaragoza. Estuvo a punto de marcharse a San Francisco (California) para trabajar en “Electric, Lights and Magics” a las órdenes de George Lucas. Poco antes le contactaron desde el Gobierno de Aragón para ver la posibilidad de contribuir al IV Centenario de la publicación del primer libro de El Quijote con la grabación de un audiolibro. Adolfo ofreció mi voz como primer candidato pero fui desechado. Prefirieron a un actor y presentador televisivo aragonés (no diré su nombre, por supuesto) que, al segundo capítulo de lectura abandonó el proyecto. Aseguraba que le iba a superar.

Entonces recibí el encargo y nos encerramos en el estudio Adolfo y yo. Seleccionamos los matices para establecer las voces de los personajes y, sin más, a grabar.

Diana - Estamos hablando de Don Quijote de la Mancha, considerado uno de los libros más representativos de la literatura universal, el libro más traducido después de la biblia, uno de los más leídos, adaptados, estudiados e interpretados. ¿En algún momento te sentiste intimidado por la importancia de la obra?

Jesús – Ya te he contado que no me cuesta ilusionarme con los proyectos que emprendo. El apoyo de Adolfo García y los comentarios críticos de algunos compañeros locutores de los habituales en el estudio servían de acicate. La ventaja de empezar con ganas es que, cuando empieza a aflorar el cansancio es cuando ya ves el final al alcance de la mano. Espíritu positivo.

Diana - ¿Cómo fue el proceso de grabación en sí? En total son casi 36 horas de grabación, pero en realidad, cuánto tiempo pasaste en estudio para lograr  esas 36 horas finales? ¿Fue un trabajo solitario o un trabajo en equipo?

Jesús -  No fueron muchas más. Eso lo tiene anotado Adolfo en el diario de bitácora del Estudio. Creo que nos fuimos a las 41 o 42 horas de trabajo. Ayudó que soy gran lector y un locutor bastante seguro en la entonación y rápido en la comprensión de textos. Está mal que lo diga yo pero… son los puntos fuertes por los que se me conoce en el medio de las locuciones en Zaragoza. Aprovecho bien el tiempo de grabación.
Siempre por las tardes, cuatro días a la semana en sesiones de 3,5 o 4 horas en función de lo que aguantase la garganta. Adolfo siempre atento a cualquier pequeño error para repetir inmediatamente… y el quinto día en silencio absoluto leyendo y analizando los capítulos aún por grabar. Cervantes, dicen, era un creador solitario. Nosotros también lo fuimos.

Diana - ¿Para incorporar los personajes cumplías alguna preparación especial

Jesús – De mis posibilidades elegimos varias posiciones de garganta que permitieran diferenciar personajes en un diálogo. Lo justo y necesario. Cuando entraban cinco o seis en escena sí que resultaba muy complicado mantener el sonido peculiar de cada uno leyendo de corrido. Porque fue una lectura continua, sin montaje posterior.

Diana - ¿Qué representó este trabajo para tu carrera y para tu vida?

Jesús – Una gran satisfacción personal. Muy poco reconocimiento y, eso sí, ser una de las pocas personas en el mundo que tienen pruebas materiales de haberse leído los dos libros de El Quijote. A los demás se les puede creer o no. Yo lo puedo demostrar.

Diana – Supongo que trabajar en un proyecto de esa envergadura debe haber sido muy desgastante. ¿Qué hacías en tu tiempo libre para relajar?

Jesús –  Trabajar en la radio por la mañana y ayudar a mi mujer a criar dos hijos estupendos. A veces la vida te da la posibilidad de aprovechar los cambios de ritmo de un día para oxigenar el cerebro. No lo recuerdo como un momento de estrés. Cansancio sí, pero más físico (en la garganta) que psicológico.

Diana – ¿Cuál fue la parte del libro que te dio más placer interpretar? ¿Qué inspiración o lección sacaste de la obra?

Jesús – Es un verdadero problema elegir. Para mí El Quijote es una novela compuesta de pequeñas novelas dentro de él. Pero los pasajes que más me gustan son los relacionados con el gobierno de la Ínsula Barataria. Allí se resumen muchos elementos presentes en la sociedad de siempre. La ambición sana y la malsana. La maldad del que quiere reírse a costa del que es cándido o inocente. El valor del sentido común, de la ternura y de los buenos consejos. La nobleza y la rectitud no deben ser inflexibles con los demás aunque sí a uno mismo. Que cumplir los sueños sólo es posible con tesón y renuncias. Cada historia ofrece una moraleja más que útil.

Diana – Para terminar, ¿en algún momento pensaste en convertirte en un caballero andante?  
;-)

Jesús – No, que va. Soy un tipo que cree en los equipos. Es verdad que cuando uno cambia el mundo cambia. Cuando uno mejora el mundo mejora. Pero la vida es una aventura en compañía. Además tengo una lesión en la espalda que me impide montar a caballo. Eso no quiere decir que haya renunciado a los ideales de una humanidad mejor. Los mantengo muy presentes. Aun así siento que siempre pesó en mi más Sancho que Alonso Quijano. O igual no. No sé.

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