Você já ouviu algum espanhol dizer que não se devem “mezclar churras con merinas”?
Esse refrão se originou da vida no campo,
especificamente, da criação de ovelhas. As churras
e as melinas são duas raças de ovinos características
da península ibérica, as churras são de origem pré-romana e as merinas foram
introduzidas pelos benimerines, tribo norte-africana durante a primeira metade
do século XIV.
As churras têm manchas pretas nos cascos , no focinho e na
área em volta dos olhos e as orelhas completamente pretas; sua lã é branca
lisa, comprida e abundante e áspera ao tato, são ovelhas duras e resistentes
que têm como destino alimentar com sua carne e leite; as merinas, por sua vez, têm o focinho
mais largo e sua lã é curta, fina e frisada. Assim, pois, a lã das merinas é
mais apreciada que a das churras por ser mais suave.
O nome churras parece se originar de churre, que significava
“gordura grossa e suja” segundo o dicionário etimológico de Joan Coromines. Isso
faz referência ao caráter mais áspero de sua lã.
Ou seja, “mezclar churras
con merinas” significa confundir coisas ou conceitos, colocar no mesmo plano
temas ou pessoas de natureza muito diferente.
Exemplos:
La poesia de Lope y la de Quevedo pueden ser
formalmente semejantes, pero en el fondo no tienen nada que ver, es juntar churras con merinas. (Diccionario de dichos y frases hechas, de Alberto Buitrago).
«[…] es
verdad hasta sus padres le llamábamos Chato desde niño, tu verás si puedes
responder del agujero que has hecho en caja", y el Chato se anima un poco,
"en caja B", porque no hay que mezclar churras con merinas y sabe que ése es su único punto
de apoyo, “sí, en caja B, pero eso son pecadillos que se hacen en todas las
empresas, y lo tuyo es un desfalco con todas las de la ley […]» (Mauro Zorrilla, Egrégor de Torremolinos.
Salobreña, Granada: Editorial Alhulia, 1999, p. 18).
Correspondente em português:
Misturar alhos com bugalhos.
Referências:
Centro Virtual Cervantes (http://cvc.cervantes.es/lengua/refranero/)
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