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terça-feira, 14 de abril de 2015

Livros que marcaram minha infância

Desde que minha mãe me ensinou a ler, aos 5 anos de idade, fiquei encantada pelo mundo das palavras. Quando saíamos de carro eu me esforçava para ler o que estava escrito nas placas e perguntava o significado das palavras que não conhecia. Senti vontade de compartilhar aqui um pouco sobre esses livros que marcaram minha vida e que fazem parte de minhas lembranças e de meu imaginário.

Comecei lendo os contos dos irmãos Grimm e dos irmãos Andersen, contos de fadas encantadores com fundo moralista, aventura e magia.


Mas o livro que mexeu mesmo comigo, anos mais tarde, foi um livro de contos de Oscar Wilde que ganhei de minha mãe. Os contos deste livro eram diferentes dos outros, eram envolventes e tristes, falavam das misérias e dos defeitos das pessoas, não tinham um final feliz, mas eu gostava dos sentimentos que despertavam em mim. Eu adorava folheá-lo e também gostava de ler os contos para minha irmã. O livro era uma tradução ao espanhol e, se não me falha a memória, reunia os seguintes contos: El Príncipe Feliz, El ruiseñor y la rosa, El gigante egoísta, El cumpleaños de la infanta, El joven rey.


Para ter uma noção da atmosfera de desesperança e desilusão dos contos de Wilde, em O Aniversário da Infanta, o rei presenteia a filha com um anão disforme que arranca risadas da infanta. O anão, que não é consciente de seu aspecto físico, acha que ela está feliz porque corresponde a seu amor. Mas ao passar na frente de um espelho e ver sua imagem refletida pela primeira vez, o anão percebe o verdadeiro motivo do prazer da princesa é seu aspecto monstruoso, não suporta a dor e cai morto no chão. Quando a princesa pergunta a um fidalgo porque o anão não se mexe mais, o fidalgo responde que este não se mexe porque seu coração se quebrou. E a princesa pede ao fidalgo que a partir de então procure para brincar com ela aqueles que não tenham coração.  


Um Bom Diabrete, da Condessa de Ségur foi um livro do qual gostei tanto que li sete vezes.


Devorei os livros da Coleção Vaga-lume, de Maria José Dupré e de J. M. Simmel.


Um livro que também me marcou muito e que devo ter lido aos 12 ou 13 anos e somente há pouco tempo, várias décadas depois, agora em 2018, pude casualmente lembrar o seu nome, quando a Editora Aleph o reeditou, é Nós, de Yevgeny Zamiatin. É incrível pois esse livro sempre esteve em minha memória, e quando li as primeiras páginas da reedição, tive um feliz déjà-vu. Agora me parece engraçado que eu tenha lido um livro tão denso sendo tão criança. Mesmo não entendendo tudo o que ele dizia, eu me emocionei com aquele texto.

Infelizmente agora não tenho muito tempo agora para falar de cada um deles, mas deixo aí as imagens daqueles dos quais me lembro:












Publiquei uma resenha deste livro aqui no blog:
http://www.tradutoradeespanhol.com.br/2013/04/dia-internacional-del-libro-infantil.html


















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