O sabão de Alepo é um sabonete artesanal feito ainda hoje com azeite e óleo de folhas de louro Fonte: Wikipédia |
O latim deu
infinidade de palavras às línguas germânicas. No entanto, há uma que utilizamos
praticamente todos os dias e que é um empréstimo germânico na língua de Roma. Refiro-me
a sabão.
O termo sabão o herdamos do latim sapo,
saponis, embora a versão lusitana tenha saído da forma de acusativo saponem. No
entanto, os romanos não são os criadores do vocábulo em questão. Este procede
provavelmente de una antiga palavra germânica saipôn, que significaria
‘substância que goteja’ e mais concretamente ‘resina’. Esta forma não está
documentada, mas há palavras em alemão e inglês antigos com esse mesmo
significado e uma forma muito similar que nos dão pistas sobre seu antepassado
comum.
Na realidade, o sabão em si nem sequer foi
inventado pelos germanos. Se ouvirmos a Plínio, o velho, a invenção é dos gauleses,
embora o usassem os germanos, principalmente os homens que, ao que parece, eram
mais vaidosos que as germanas:
Prodest et sapo, Galliarum hoc
inventum rutilandis capillis. fit ex sebo et cinere, optimus fagino et caprino,
duobus modis, spissus ac liquidus, uterque apud Germanos maiore in usu viris
quam feminis
[História natural, livro 28, capítulo 51].
Para
isso vai muito bem também o sabão. Esta é uma invenção gaulesa que deixa o cabelo
reluzente. É feito de sebo e cinza. O melhor é o de cinza de faia e sebo de
cabra. O há de dois tipos: espesso e líquido. Entre os germanos tanto um como o
outro são mais utilizados pelos homens que pelas mulheres.
Como se sabe, a cinza serve para fazer água sanitária. Quando esta é misturada com gordura, o resultado é sabão. Ainda hoje, há pessoas que produzem sabão artesanal em sua casa por este procedimento.
A palavra latina deu descendentes em todas as línguas românicas. Se olharmos de Lisboa para o continente europeu, encontraremos o português sabão/sabonete, o espanhol jabón, o catalão sabó, o francês savon, o italiano sapone e, ali ao fundo, o romeno săpun.
Se prestarmos atenção nas línguas germânicas da atualidade, veremos também a semelhança. A palavra inglesa é soap; em dinamarquês se diz sæbe; e em alemão, Seife. Estas palavras, no entanto, são de procedência diretamente germânica, sem passar pelo latim.
Agora
você já sabe: toda vez que lava as mãos, você está utilizando um produto
inventado pelos gauleses e o qual foi nomeado pelos romanos com uma palavra germânica.
Fonte: Traduzido do texto Etmología de 'jabón' [documento on-line: http://blog.lengua-e.com/2015/etimologia-de-jabon/ ; acesso em 03 de março de 2015] extraído do Blog de Lengua, de AlbertoBustos.
Nesse blog, você encontrará muitas informações e exercícios interessantes sobre a língua espanhola.
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