A Fonética descreve os aspectos articulatórios e as propriedades
físicas de todos os sons que ocorrem na produção linguística. Preocupa-se com a
parte significante do signo linguístico e não com o seu conteúdo; como os sons
são produzidos pela posição e função de cada um dos órgãos do aparelho fonador
(língua, lábios…)
Exemplo:
Distorção do /s/;
Diferença entre /d/ e /d^z/
A Fonologia estuda o sistema sonoro de um idioma, do ponto de vista
de sua função no sistema de comunicação linguística. A fonologia se preocupa
com a maneira como eles se organizam dentro de uma língua. Estuda também a
estrutura silábica, o acento e a entonação.
Exemplo:
Troca de /v/ pelo /f/ = vaca – faca
A Fonética estuda o som oral
materialmente, sua unidade de estudo é o fone.
A Fonologia estuda o fonema funcionalmente, sua unidade de estudo é o fonema.
O inventário de fonemas do
castelhano é menos rico do que o do português, talvez por isso seja mais difícil
para os falantes de espanhol entender o português falado do que a situação
inversa. Para os falantes de português é mais fácil entender os falantes de
espanhol porque na língua portuguesa utilizamos todo o elenco de sons do
espanhol.
O português utiliza mais sons que o
espanhol. Por exemplo, apresenta 5 vogais e 12 realizações desse conjunto (som
orais, nasais e sons abertos de vogais como “e” e “o”). Além disso, o português
apresenta casos de consoantes com até 4 sons distintos (o /x/ por exemplo em
sexo, exato, exceto, caixa).
Os sons do espanhol
O "c" (la ce), quando acompanhado de "e" ou
"i" (exemplo: ce, ci), pronuncia-se, só na Espanha, com a língua
entre os dentes como o " th" do inglês na palavra "thanks"
ou "with". Na América Latina tem o som de "s" em palavras
como cielo ("sielo") ou cero ("sero"), corresponde ao
som suave do nosso cê-cedilha "ç".
O "ch" (la che)
corresponde ao som formado em português pelas letras "tch".
O "g" (la ge), quando
acompanhado de "e" ou "i" (exemplo: ge, gi), é gutural,
parecido com o "r" dobrado do português.
O "h" (la hache),
jamais é pronunciado em espanhol.
O "j" (la jota), tem um
som aproximado ao do "r" em português, porém menos gutural.
O som correspondente "ll" (la elle), em português é "lh"; porém em pouquíssimos
lugares é pronunciado desta forma.
Dependendo do país, essa letra pode
ter três sons diferentes, todos corretos. Vejamos, por exemplo, a pronúncia da
palavra calle (rua).
No centro da Espanha, pronuncia-se
do mesmo modo que o "y" seguido de vogal, em português o som é
semelhante a "dj" ("cadje").
Na Argentina, Uruguai e regiões
limítrofes pronuncia-se como "cache".
Em alguns lugares da Espanha e em
alguns países da América Latina pronuncia-se "cáie".
O "ñ" (la eñe) pronuncia-se como "nh" português.
O "q" (la cu) nunca vai seguido de "ua" ou
"uo". Portanto para dizer "quadro", "quatro",
"quando", "quota", etc, deve-se utilizar o "c"
(la ce) . Exemplo: cuadro, cuatro,
cuando, cuota, etc.
O "r" (la erre), é vibrante quando seguido de vogal no
início da palavra (ratón, rei, río, ropa,
ruta, etc.) ou quando aparece duplicado no meio da palavra (perro, carro, erre, etc) não é gutural
como em português. Pronuncia-se fazendo a língua vibrar multiplamente nos alvéolos
atrás dentes superiores interrompendo a passagem do ar. O "r" simples seguido de vogal no
meio da palavra pronuncia-se suavemente
como em português (pera, loro, cera,
etc.). Quando aparece depois de vogal pronuncia-se como nosso "r"
paulista ou paranaense (puerta, cerca,
barco, etc.).
O "s" (la ese), sempre
tem o som do nosso "ss" (casa,
peso, paso, etc.). Na escrita nunca se usa duplicado como em português.
O "v" (la uve)
pronuncia-se em espanhol como a letra "b" (la be) cujo som
corresponde ao "b" português. Exemplo: vaso (copo) pronuncia-se "basso".
Quando esta letra se encontra entre
duas vogais o som da mesma deixa de ser explosivo para tornarse muito suave.
Pronuncia-se, nesse caso, com os lábios entreabertos.
O "x" (la équis) Em
início de palavra ou diante de consoantes, possui som de "ss".
Exemplos: extraño (“estranho”), explicar (“explicar”), xilófono (“silófono”). Quando for
seguida por vogal (mesmo quando antecedida de "h"), possui som de
"ks". Exemplos: examen (“eksame”),
exhibición (“eksibición”). Em alguns
topônimos e sobrenomes de origem pré-colombiana, pronuncia-se como
"j": México (pronuncia-se “Méjico”),
Texas (“Téjas”), Oaxaca (“Oajáca”), Xalapa
(“Jalápa”), Ximenez (“Jiménez”).
O "y" (la i griega o la ye)
pronuncia-se da mesma forma que a letra "ll" (la elle) com as variações correspondentes aos diferentes
países acima especificados. Pronuncia-se como "i" em ditongos e tritongos ao final da palavra (soy, hay, rey, ley, buey, etc.)
O "z" (la zeta), em toda América Latina, pronuncia-se sempre como
nosso "ss". Na Espanha o som corresponde ao "th" do inglês
na palavra "thanks" ou "with".
Para acessar a tabela fonética do espanhol oferecida pela Universidade de Uiowa, clique aqui:
Olá, Diana.
ResponderExcluirParabéns pelo seu blog! Me ajudou e me ajuda muito na aprendizagem do espanhol, muito obrigado! Seu blog é talvez o único lugar que explica a tradução para o espanhol do subjuntivo do futuro e do infinitivo flexionado do português.
Vi em um site no início de minha aprendizagem que não havia som aberto para as vogais E e O, mas um tradutor francês que viveu em Bogotá me disse que há esses sons sim. Pesquisei muito para encontrar alguma regra para saber quando as vogais E e O são abertas ou fechadas, mas não achei nada. Estou com a dificuldade semelhante à sua de quando estava aprendendo português rs.
Você poderia, por gentileza, me explicar quando há a ocorrência do som aberto do E e do O no espanhol?
Att, Jonã
Olá, Jonã, obrigada pelas amáveis palavras!
ExcluirEm espanhol não existem vogais abertas, o que há são vogais átonas e tônicas, mas continuam sendo fechadas, veja a diferença da pronúncia de "café" em espanhol e em português; em espanhol, a pronúncia da letra "e" é tônica fechada, enquanto em português é tônica aberta.
Resumidamente, em português, as orais [o] e [e], em posição tônica, podem ser abertas ou fechadas. O quadro vocálico do espanhol é muito simples. Consta apenas de cinco fonemas: Não existem no espanhol vogais abertas com distinção fonológica, embora foneticamente haja realizações com maior ou menor abertura vocálica. Os fonemas vocálicos abertos provenientes do latim vulgar permaneceram em português, mas ditongaram-se em espanhol: petra> pedra, (esp) piedra; forte> forte, (esp) fuerte. A nasalização de vogais tampouco ocorre em espanhol, ao menos com valor fonológico.
Um abraço!
Muchas gracias, Diana, por los excelentes datos!
ExcluirUn abrazo!
De nada, Jonã! ;-)
ExcluirEm espanhol não existe a fonética de z?
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