Antigamente o trabalho do tradutor
era muito mais laborioso, imagine como seria seu trabalho sem o auxílio do computador
e pior: sem a Internet... fique calmo! é apenas uma situação hipotética… Bem, eu
sou do tempo da máquina de escrever, o que já significa um grande avanço se tivermos
em conta os colegas que traduziram à luz de vela e que usaram uma pena para
escrever.
Lembro-me bem da primeira vez que
usei um computador no trabalho, mais especificamente, de quando usei um editor de texto pela
primeira vez. Fiquei maravilhada!!! “Quer dizer que se eu errar,
eu posso voltar atrás clicando nas teclas ctrl + Z?”. Que Super-homem, que nada! “Control Z”, isso sim é um verdadeiro nome de super-herói!
E quando conheci o corretor de texto? Sabe aquele pessoal dos reality-shows americanos que só sabem dizer: “Oh, my
God!” E quando eu soube que poderia imprimir tantas cópias como quisesse???
Também não sai de minha memória um certo dia, em 1997 - naquela ocasião meu marido e eu morávamos numa cidade do
interior do Amazonas - quando vi na capa da revista Veja a notícia de que uma
rede virtual conectaria usuários dos mais diversos pontos do planeta, e que
logo todo mundo poderia acessar essa rede a partir de seu lar por meio de um
computador pessoal. “Ah, é, vai nessa!” – foi o que pensei.
Poucos meses depois eu mesma acessaria
essa rede desde nossa casa no interior do Amazonas, por meio de uma
conexão discada. Eu conseguia falar com minha irmã, na Espanha, com meu pai, no
Paraguai, num piscar de olhos, ou melhor, com apenas alguns cliques, parecia
mágica!!!
Mas voltemos ao tempo em que não
havia nada disso, não ao tempo da vela e da pena, que aí já é demais, avancemos
alguns séculos até chegar ao tempo da máquina de escrever e da fotocópia. Já pensou como
seria naquele então ter de traduzir um manual sobre mineração? ou ter de traduzir um trabalho
acadêmico de medicina sobre o processo de desmame da ventilação mecânica? só para ilustrar... ou ainda, como seria traduzir o conteúdo de um site sobre programação? Ahá, peguei
você, que conteúdo de site? esqueceu-se de que voltamos ao tempo da máquina de
escrever? Só para ver se você estava prestando atenção no
que estou dizendo…
Pense como seria traduzir um desses documentos. No mínimo, você precisaria passar dias entre livros, em bibliotecas e livrarias
especializadas, contatar profissionais e especialistas (por telefone, carta ou
telegrama, lembre-se de que não havia e-mails, nem Face, nem whatsapp naquela
época). Você ficaria muito feliz se a biblioteca lhe permitisse tirar uns “xeroxes”,
isso era o que havia de mais avançado!
Aonde quero chegar com tudo isso? Ao
fato de que não podemos viver alheios aos avanços tecnológicos, precisamos tirar proveito dessas facilidades. Nunca antes na história desse país...(argg!) a informação esteve tão acessível.
Quem diria que aquela jovenzinha perplexa com a notícia da capa da
revista teria um dia seu próprio blog? E quem diria que um dia ela seria
tradutora numa empresa de tecnologia? Improvável? A realidade diz o contrário…
Não “manjo” muito de tecnologia, mas
estou sempre tentando aprender algo… “fuçando” novidades, lendo instruções,
instalando, experimentando e sei que estou apenas engatinhando e que ainda tenho muito que aprender.
Numa dessas minhas viagens pelo
mundo virtual descobri o blog Jugando @ traducir de um colega de profissão, Rafael López Sánchez, espanhol de Granada que manja muito de tradução profissional, tradução audiovisual, ferramentas e formação. Em sua página de apresentação, Rafael adotou como lema a frase de Sóflocles: “La obra humana más bella es la de ser útil al
prójimo”, que, aliás, vem a calhar com algumas discussões que tenho
visto em grupos de tradutores sobre ajudar ou não os colegas de
profissão. Não vou dizer o que penso a respeito, porque acho meu blog já responde a essa pergunta.
Voltando a Rafael, ele fez um
trabalho muito louvável: reuniu toda a informação que conhece acerca das
ferramentas úteis ao tradutor e publicou em seu blog o Guía de Software para Traductores, disponível gratuitamente para baixar
em formato .pdf.
O guia é muito bem elaborado; visualmente agradável, em linguagem simples, clara e objetiva. Reúne recomendações sobre ferramentas e instalações físicas, tais como computador ou notebook, acessórios, ambiente de trabalho, bem como sobre os principais programas e ferramentas: processadores de textos, revisores, compactadores de arquivos, gerenciadores de downloads, conversores e editores de .pdf, navegadores, antivírus, ferramentas para os legendadores profissionais e informações sobre ferramentas CAT. Tudo muito bem organizado e com as devidas referências.
Não deixe de prestigiar!
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