Em espanhol existe o reflexivo de
interesse, empregado com frequência na linguagem afetiva, coloquial. Apresentam
um complemento direto diferente do pronome reflexivo: “Cómete este pastel”, “Se
bebió dos litros de leche, etc.”. Com
alguns desses verbos pode haver um reforço com a expressão a sí mismo: “se permitió a sí
mismo ciertas libertades”, mas isso não é possível com a maioria desses
verbos, por exemplo com comerse ou beberse não é possível a combinação com a sí mismo.
Além do reflexivo de interesse, há outro
uso do reflexivo chamado dativo ético, que indica a intervenção pessoal do sujeito,
sua participação afetiva na ação do verbo. Por exemplo quando a mãe diz para o
filho: “Estúdiame la lección”, esse –me
indica o interesse da mãe em que o filho estude. Outro exemplo: “Se me murió mi madre”, esse –me indica
que o sujeito é afetado pela ação expressa pelo verbo. “me temo
que...”, “me pienso que...”, “me figuro que...”, “me digo que...”, etc. Alguns casos admitem reforço com a mí mismo y en otros no: “me digo a mí mismo”, outros não admitem:
”me temo a mí mismo”, ”me figuro a mí mismo”.
O reflexivo também pode ter sentido
possessivo nos casos em que o objeto indireto da construção reflexiva (que
consiste, pois, em verbo transitivo) indica algo pertencente ao sujeito, ou que
é parte dele. Isto ocorre em frases como “mancharse
la ropa”, “herirse el pie” ou “cortarse la mano”. Nestas construções é
possível um valor “causativo” para o reflexivo: “voy a cortarme el pelo”, “hoy
me examinaré de Química”.
Além disso, a construção reflexiva também pode indicar acontecimentos acidentais: “se me rompió el vaso”, “se me quemó la comida”, “se me sube la sangre a la cabeza”, “se me asomaban las lágrimas”, “se le cortó la voz”, “se le secó la garganta”, “el mundo se le vino encima”, etc.
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