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quarta-feira, 11 de junho de 2014

La Dama de Elche




La Dama de Elche, encontrada em La Alcudia, em Elche, província de Alicante, é uma das esculturas mais célebres do mundo. Atualmente se encontra exposta no Museu Arqueológico Nacional em Madri.

Esta escultura foi encontrada acidentalmente em 1897, por um menino de 14 anos, que estava realizando trabalhos agrícolas em La Alcudia, e que num momento de descanso, topou com uma pedra ao dar um golpe na terra com sua enxada. Ele chamou os outros trabalhadores e, juntos, começaram a cavar até o rosto do busto aparecer. Nesse mesmo instante, o menino lhe deu o nome de Reina Mora.



Lavrada em pedra calcárea, entre os séculos V a IV a.C., tornou-se símbolo de toda uma cultura ibérica. Ela mede 56 cm de altura e tem nas costas uma cavidade esférica de 18 cm de diâmetro e 16 cm de profundidade, que provavelmente servia para guardar relíquias, objetos sagrados ou cinzas de defunto. Outras figuras ibéricas, encontradas noutros lugares, têm também nas costas um espaço côncavo e, como a Dama de Elche, os seus ombros apresentam-se ligeiramente curvados para a frente.



Na ocasião do achado da escultura, encontrava-se em Elche o arqueólogo francês Pierre Paris, para assistir às festas da Assunção. Ele enviou uma fotografia da escultura ao Museu do Louvre, recomendando a compra imediata da obra. Poucos dias depois, seria assinado o contrato de compra e venda e, a Dama, que fora admirada como «rainha moura» pelos habitantes de Elche, seguiria rumo a Marselha. Em Paris foi batizada como a Dama de Elche e transformou-se no centro de una campanha jornalística e científica a favor de uma legislação mais rígida contra as exportações de obras artísticas.



Enquanto a peça recém chegada foi instalada na sala de Palmira, antes de passar, em 1904, a presidir a sala da cultura ibérica. A Geração de 98 transformava a Dama numa personificação das origens da Espanha, o que fazia que sua perda fosse sentida, cada vez mais, como um verdadeiro despojo.

Iniciou-se uma campanha para trazer do volta o busto para a Espanha, houve várias negociações sem sucesso, até que finalmente, em 1940 com a derrota da França pela Alemanha, tivessem início os trâmites definitivos de repatriação.



Em 2006, por ocasião da inauguração do Museu Arqueológico e de História de Elche, ficou durante quase seis meses novamente em sua cidade de origem, onde foi avaliada em 15 milhões de euros, para o seguro.



Acredita-se que o escultor tenha sido um grego ou indígena helenizado, tal a perfeição das feições e dos ornamentos que exibe, não só no alto da cabeça (tiara) como aos lados, onde aparecem umas caixas circulares que serviam para acomodar os cabelos enrolados. A escultura apresenta ainda diversos colares no pescoço e um xale nos ombros. No momento do achado ainda conservava restos de pintura vermelha, azul e branca que decorava os lábios, o xale e o manto. A peça tem uma grande cavidade atrás cuja finalidade ainda é desconhecida.


A Dama de Elche é uma escultura cercada de mistérios, já que até hoje não se sabe se o busto representa uma deusa, uma sacerdotisa ou uma dama de alta linhagem. Seria, talvez, uma peça funerária, uma divindade? Jamais haverá uma resposta definitiva.


 Expositor virtual 3D da Dama de Elche

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