La Dama de Elche, encontrada em La
Alcudia, em Elche, província de Alicante, é uma das esculturas mais célebres do
mundo. Atualmente se encontra exposta no Museu Arqueológico Nacional em Madri.
Esta escultura foi encontrada
acidentalmente em 1897, por um menino de 14 anos, que estava realizando
trabalhos agrícolas em La Alcudia, e que num momento de descanso, topou com uma
pedra ao dar um golpe na terra com sua enxada. Ele chamou os outros
trabalhadores e, juntos, começaram a cavar até o rosto do busto aparecer. Nesse
mesmo instante, o menino lhe deu o nome de Reina
Mora.
Lavrada em pedra calcárea, entre os séculos
V a IV a.C., tornou-se símbolo de toda uma cultura ibérica. Ela mede 56 cm
de altura e tem nas costas uma cavidade esférica de 18 cm de diâmetro e
16 cm de profundidade, que provavelmente servia para guardar relíquias, objetos
sagrados ou cinzas de defunto. Outras figuras ibéricas, encontradas noutros
lugares, têm também nas costas um espaço côncavo e, como a Dama de Elche, os
seus ombros apresentam-se ligeiramente curvados para a frente.
Na ocasião do achado da escultura,
encontrava-se em Elche o arqueólogo francês Pierre Paris, para assistir às
festas da Assunção. Ele enviou uma fotografia da escultura ao Museu do Louvre,
recomendando a compra imediata da obra. Poucos dias depois, seria assinado o
contrato de compra e venda e, a Dama, que fora admirada como «rainha moura»
pelos habitantes de Elche, seguiria rumo a Marselha. Em Paris foi batizada como
a Dama de Elche e transformou-se no centro de una campanha jornalística e
científica a favor de uma legislação mais rígida contra as exportações de obras
artísticas.
Enquanto a peça recém chegada foi
instalada na sala de Palmira, antes de passar, em 1904, a presidir a sala da
cultura ibérica. A Geração de 98 transformava a Dama numa personificação
das origens da Espanha, o que fazia que sua perda fosse sentida, cada vez mais,
como um verdadeiro despojo.
Iniciou-se uma campanha para trazer
do volta o busto para a Espanha, houve várias negociações sem sucesso, até que
finalmente, em 1940 com a derrota da França pela Alemanha, tivessem início os
trâmites definitivos de repatriação.
Em 2006, por ocasião da inauguração
do Museu Arqueológico e de História de Elche, ficou durante quase seis meses novamente
em sua cidade de origem, onde foi avaliada em 15 milhões de euros, para o
seguro.
Acredita-se que o escultor tenha
sido um grego ou indígena helenizado, tal a perfeição das feições e dos ornamentos
que exibe, não só no alto da cabeça (tiara) como aos lados, onde aparecem umas
caixas circulares que serviam para acomodar os cabelos enrolados. A escultura
apresenta ainda diversos colares no pescoço e um xale nos ombros. No momento do
achado ainda conservava restos de pintura vermelha, azul e branca que decorava
os lábios, o xale e o manto. A peça tem uma grande cavidade atrás cuja
finalidade ainda é desconhecida.
Expositor virtual 3D da Dama de Elche
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