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terça-feira, 6 de maio de 2014

Amor proibido dá origem a expressão idiomática



A expressão portuguesa “Agora é tarde, Inês é mortatem sua origem numa história de amor proibido e refere-se a uma providência que chega atrasada.



Na Idade Média eram constantes as disputas entre reinos e os arranjos políticos, por meio de casamentos entre nobres. Pedro, filho de Afonso IV, rei de Portugal, estava prometido a Constança Manuel, filha de um descendente de monarcas dos reinos de Aragão, Castela e Leão.



A contragosto, Pedro submeteu-se ao casamento, mas foi buscar o amor em outra mulher: Inês de Castro, dama de companhia de sua esposa. O indiscreto caso de amor incomodou a Corte. O rei Afonso IV ordenou que Inês deixasse o país. Mesmo estando exilada em Albuquerque, em Castela, Inês continuou a corresponder-se com Pedro.



Quando Constança morreu num parto, em 1345, o príncipe trouxe de volta sua amante para Coimbra e a instalou num palácio perto do mosteiro de Santa Clara, que podia ser avistado de seu quarto.



Em 1347, Inês deu à luz ao primeiro de quatro filhos com o infante. Mas o povo comentava e condenava o adultério, enquanto a peste negra, considerada sinal da cólera de Deus, chegava à região. Indiferentes a tudo, Pedro e Inês viviam seu grande amor.



O príncipe aproximou-se dos irmãos de Inês que eram partidários da reanexação de Portugal pelo reino da Espanha. Temendo pela independência de Portugal, D. Afonso IV mandou matar Inês. Em 7 de janeiro de 1355, Inês foi degolada sem piedade enquanto Pedro havia saído para caçar.



Ao retornar, Pedro ficou louco de dor e levantou um exército contra seu pai, este revidou. O confronto só terminou com a intervenção da rainha-mãe, dona Beatriz. Com a morte de d. Afonso IV, dois anos mais tarde, em 1357, Pedro subiu ao trono de Portugal e vingou-se de dois dos assassinos de Inês, ordenando que os matassem e lhes arrancassem o coração.



Para reparar o mal feito à amante, Pedro jurou que haviam se casado em segredo, o que fazia de Inês rainha, merecedora de todas as honras. Em abril de 1360, o corpo de Inês foi transferido solenemente do convento de Coimbra para o mosteiro Real de Alcobaça, onde eram enterrados os monarcas portugueses. Reza a lenda que o cadáver de Inês teria sido colocado no trono, e a realeza portuguesa teria sido obrigada a beijar-lhe a mão.
(Fonte: http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/ines_de_castro_-_a_rainha_morta.html)



O escritor português Luís de Camões recontou a história em versos em Os Lusíadas.



Assim, a expressão “Agora é tarde, Inês é morta” refere-se à situação em que a providência chega tarde. Outra expressão equivalente em português é: “Casa arrombada, trancas à porta”.



A Fonte dos Amores, onde os amantes trocavam confidências, hoje é ponto turístico de Coimbra.







Em espanhol, a expressão idiomática para referir-se a uma solução que chega tarde demais é “A buenas horas, mangas verdes”.


Sua origem remonta aos tempos em que reinavam os Reyes Católicos, mais exatamente em 1476, ano em que os reis criaram um corpo de segurança encarregado de prestar socorro em qualquer emergência: a Santa Irmandade. 

Os membros desse corpo trajavam uma roupa cujas mangas eram verdes.

Segundo os cronistas da época, a pontualidade não era um atributo desse corpo de soldados. Quase nunca conseguiam chegar a tempo para atender as emergências. Quando chegavam, frequentemente os moradores já haviam conseguido superar as adversidades por si mesmos e, assim, os membros da ordem eram recebidos com a frase: “A buenas horas, mangas verdes”.



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