Desde o início dos tempos, a relação do homem com os animais já era muito significativa,
tanto que a maioria das representações encontradas nas cavernas é de figuras
de animais. Naquele tempo, essa relação era conturbada e
selvagem: uma luta pela sobrevivência. O homem caçava os animais para suprir suas
necessidades: alimentação, abrigo, vestuário, ornamentos e ferramentas feitas a partir de ossos e dentes.
Com o passar do tempo, homens e
animais começaram a se aproximar, alguns achados arqueológicos, revelaram cães
enterrados com humanos em posições que sugerem afetividade. Os lobos teriam
sido os primeiros animais a serem domesticados, eles se aproximavam mais que os
outros animais para alimentar-se das carcaças deixadas pelos humanos, que
reconheceram nisso certa utilidade, já que os lobos alertavam para a presença
de outros animais selvagens.
Posteriormente, o homem passaria a
domesticar e reproduzir animais para garantir sua alimentação, para a carga e o
transporte, para elaborar suas vestimentas, etc. Finalmente, pelo simples prazer
da companhia e do afeto, os animais passaram a habitar os lares e a fazer
parte das famílias como animais de estimação.
Essa intimidade com os animais também se revela na língua, quando seus nomes são empregados em sentido figurado para
referir-se às qualidades ou defeitos do homem. Normalmente nas relações de
analogia, os nomes de animais são usados no sentido pejorativo.
Vejamos alguns exemplos:
Águia: pessoa inteligente, sagaz.
Anta: pessoa de inteligência
limitada.
Asno, burro: pessoa de pouca
inteligência.
Baleia: obeso/a.
Cachorro: mau-caráter (apesar de o cachorro ser considerado o melhor amigo do homem, o
sentido figurado é de mau-caráter).
Cadela: mulher vulgar.
Cavalo: homem grosso, rude.
Carcará: pessoa ruim, malvada, oportunista.
Carcará: pessoa ruim, malvada, oportunista.
Cobra: pessoa peçonhenta, de má
índole, falsa.
Coruja: protetor, zeloso, que demonstra explicitamente orgulho dos filhos ou de algo que criou.
Coruja: protetor, zeloso, que demonstra explicitamente orgulho dos filhos ou de algo que criou.
Égua: mulher rude, descortês.
Galinha: mulher fácil, volúvel.
Galo: indivíduo influente, mandão.
Gambá: beberrão.
Gambá: beberrão.
Gato/a: homem ou mulher de boa
aparência.
Girafa: pessoa alta.
Lebre: pessoa extremamente rápida.
Leão: corajoso.
Lince: indivíduo que enxerga muito bem, pessoa inteligente.
Macaco: aquele que imita os outros,
que faz caretas e travessuras.
Papagaio: que fala pelos cotovelos.
Pato: indívíduo desengonçado. Tolo, parvo. Jogador ruim [nem sempre!].
Pato: indívíduo desengonçado. Tolo, parvo. Jogador ruim [nem sempre!].
Pavão: indivíduo vaidoso,
presunçoso.
Perereca: órgão sexual feminino.
Peru: indivíduo vaidoso, afetado. Pessoa que gosta de dar palpites em jogos, observador intrometido. Órgão sexual masculino.
Perereca: órgão sexual feminino.
Peru: indivíduo vaidoso, afetado. Pessoa que gosta de dar palpites em jogos, observador intrometido. Órgão sexual masculino.
Perua: mulher que se dá ares de
elegante, mas que se veste espalhafatosamente.
Porco: que não cuida da higiene, que
não se preocupa com a limpeza.
Raposa: pessoa astuta.
Rato: covarde.
Sapo: pessoa que aparece na festa sem ser convidada, que dá palpite sem ser consultado.
Sapo: pessoa que aparece na festa sem ser convidada, que dá palpite sem ser consultado.
Tartaruga: pessoa extremamente vagarosa.
Touro: forte.
Tubarão: empresário inescrupuloso
que só visa o lucro.
Urso: forte.
Urubu: empregado da agência funerária que acompanha os enterros. Indivíduo oportunista que se aproveita da desgraça alheia. Agourento.
Urubu: empregado da agência funerária que acompanha os enterros. Indivíduo oportunista que se aproveita da desgraça alheia. Agourento.
Vaca: mulher de vida devassa ou de
atitudes desprezíveis.
Veado: homossexual.
É importante saber que, apesar de os
nomes de animais e espécies apresentarem uma correspondência organizada de uma
língua para outra, o mesmo não ocorre com o sentido figurado, já que as expressões e
os significados relacionados aos nomes de animais variam de uma língua para
outra.
Quando dizemos em português que um homem é um “gato” estamos fazendo um elogio, dizendo que ele tem uma bela aparência; porém, em espanhol, se dissermos que um homem é um “gato”, isso pode ter um sentido negativo, já que “gato”, no sentido figurado, significa larápio ou um homem ardiloso, que engana os outros o que em português viria a ser um “gatuno”.
Quando dizemos em português que um homem é um “gato” estamos fazendo um elogio, dizendo que ele tem uma bela aparência; porém, em espanhol, se dissermos que um homem é um “gato”, isso pode ter um sentido negativo, já que “gato”, no sentido figurado, significa larápio ou um homem ardiloso, que engana os outros o que em português viria a ser um “gatuno”.
As expressões idiomáticas relacionadas
aos animais também variam de uma língua para outra. Em espanhol, a
expressão “ponerse la piel de gallina” designa a reação corporal ao sentir frio,
repugnância ou medo; em português, dizemos que ficamos “ouriçados” em
referência a outro animal: o ouriço, cujo corpo é coberto de espinhos que se
arrepiam para afastar os curiosos.
Em português, dizemos que alguém é um
“pavão” quando é extremamente presunçoso, vaidoso; em espanhol, um “pavo” é um
palerma, um bobalhão.
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