Antes de ser ocupada pelos romanos por volta do ano 200 a.C.,
a Espanha foi habitada inicialmente pelos iberos provenientes do norte africano
e pelos celtas provenientes do centro europeu, esses dois povos acabaram miscigenando-se
e deram origem aos celtiberos. A seguir, a Espanha foi ocupada por fenícios, cartagineses,
gregos e romanos.
Contrariamente aos fenícios e gregos que apenas aspiravam a novos
mercados onde pudessem comercializar seus produtos, os cartagineses e romanos também
desejavam a conquista militar e à submissão desses territórios a seu poder.
Influenciados pela situação geográfica que os ligava à África
pelo estreito de Gibraltar, os habitantes da Espanha oscilavam entre o espírito
de coletividade europeu e o espírito individualista, arrebatador e instintivo
do povo africano.
O fato de os habitantes da Espanha possuírem um espírito
individualista dificultava a sua dominação pelos estrangeiros, já que o fato de
uma cidade ter sido derrotada não obrigava as outras cidades a se submeterem à
força estrangeira como ocorria em outras partes do mundo. Assim, o território
era conquistado à custa de muito esforço, e ocorria de forma lenta e
progressiva, de povoado em povoado e de cidade em cidade.
A Espanha foi palco das guerras púnicas entre cartagineses e
romanos e, em mais de uma ocasião, foi motivo para que seus habitantes
dessem demonstrações de orgulho e de arrebatamento, preferindo até mesmo a
morte antes da submissão ao inimigo. Os casos mais célebres e impressionantes
foram os das cidades de Sagunto e Numância.
Sagunto é uma cidade localizada na província de Valencia. A
cidade ficou famosa porque no ano 219 a.C., durante a Segunda Guerra Púnica,
foi sitiada por Aníbal. Os saguntinos lutaram energicamente e esperaram em vão
pelos reforços romanos, que nunca chegaram. Depois de oito meses de
resistência, extenuados e diante da iminente invasão cartagineses, os
saguntinos optaram por morrer queimados lançando-se à fogueira para evitarem a escravidão.
Cinco anos depois, os romanos retomaram a cidade que foi
repovoada pelos escassos sobreviventes.
Numância foi uma antiga cidade da Península Ibérica, a 7 km do
norte de Sória, no povoado de Garray, situada nas margens do Rio Douro.
Fundada no início do século III a.C., e habitada pelos
aravecos, um povo Celtíbero, foi destruída pelas tropas romanas de Cipião
Emiliano em 133 a.C., após um cerco de onze meses que pôs fim a uma feroz
resistência de vinte anos aos invasores. Emiliano, para quebrar a tenaz
persistência de Numância, utilizou uma técnica de cruel paciência, construindo
um cerco amuralhado em torno da colina de Numância, levando os seus habitantes
à inanição e ao desespero. Ao fim de onze meses, os numantinos decidiram pôr
cobro à sua vida suicidando-se em massa. O povoado tornou-se então um símbolo da luta contra os romanos e hoje em dia é um monumento nacional espanhol.
As cidades de Sagunto e Numância são exemplo de sacrifício e heroísmo da História Universal.
As cidades de Sagunto e Numância são exemplo de sacrifício e heroísmo da História Universal.
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