Humberto de Campos Veras (1886 - 1934)
foi um jornalista, político e escritor brasileiro. De origem humilde, nasceu no
então Município maranhense de Miritiba - hoje batizado com seu nome.
Autodidata, grande leitor, acumulou
erudição, que utilizava nas crônicas. Poeta neoparnasiano, fez parte do grupo
da fase de transição anterior a 1922. Poeira é um dos últimos livros da escola
parnasiana no Brasil. Fez também crítica literária de natureza impressionista.
Na crônica, seu recurso mais corrente era tomar conhecidas narrativas e
dar-lhes uma forma nova, fazendo comentários e digressões sobre o assunto,
tecendo comparações com outras obras.
Faleceu prematuramente no Rio de
Janeiro, em 5 de dezembro de 1934, aos 48 anos, em virtude de uma síncope
ocorrida durante uma cirurgia, após vários anos de enfermidade.
Tendo falecido no auge de sua
popularidade, diversas coletâneas de crônicas, anedotas, contos e
reminiscências de sua autoria foram publicados nos anos seguintes a sua morte,
época em que também vieram à lume diversos livros supostamente escritos pelo
espírito do escritor, sendo tendo sido psicografados pelo médium Chico Xavier.
Os familiares de Humberto de Campos processaram judicialmente este último,
alegando a ausência de pagamento de direitos autorais. A demanda, que provocou
grande polêmica na época, foi julgada improcedente (conferir detalhes do
processo abaixo)
Em 1950, nova polêmica: o Diário
Secreto mantido pelo autor em alguns períodos da década de 1910 e com
assiduidade de 1928 até sua morte é divulgado pela revista O Cruzeiro, cujos
editores o publicam em livro em 1954. A publicação causou escândalo à época de
sua publicação em razão de diversos registros e impressões pessoais feitos por
Humberto de Campos a respeito de pessoas de grande notoriedade nas letras,
política e sociedade de sua época, incluindo Machado de Assis, Getúlio Vargas,
Olavo Bilac, e outros.
Sucessivas edições das Obras
Completas de Humberto de Campos foram publicadas por diversas editoras (José
Olympio, Mérito, W. M. Jackson, Opus) até 1983.
O
conto “Os olhos que comiam carne” é um perfeito representante das narrativas de terror com influência fantástica
no cenário Brasileiro, faz parte da coletânea “O monstro e outros
contos” publicada em 1932 e pode ter sido influenciado pela experiência que lhe
provocou a perda quase total da visão e graves problemas no sistema urinário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário