quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Traduzir...

Como penetrar no âmago das palavras e reconstruir o seu sentido se não fui eu que as escrevi, se não fui eu que empunhei minha adaga contra moinhos de vento, se não fui eu que mereci sua atenção durante mil e uma noites, se não fui eu que me perdi naqueles olhos de ressaca, se não fui eu que da noite para o dia me transformei em um inseto repugnante. Não fui eu. Não fui eu. Não fui eu que me mantive jovem enquanto o afresco envelhecia. Não criei nenhum emplasto, não desbravei terras desconhecidas, entretanto, eu assumo esse risco.

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