O estrangeirismo é um fenômeno linguístico que consiste no uso de uma palavra, expressão ou construção frasal estrangeira. Algumas gramáticas o consideram um método de composição de palavras, outras, uma figura de linguagem, e as mais conservadoras tratam o estrangeirismo como um vício de linguagem ou um barbarismo, expressão que vem dos latinos, que consideravam que todo estrangeiro era um bárbaro.
O fato é que o estrangeirismo é muito presente no português do Brasil. Algumas pessoas consideram que as palavras estrangeiras contaminam nosso idioma e outras, que o enriquecem. Há ainda muitas pessoas que estão tão acostumadas com a presença dos estrangeirismos que desconhecem que muitas palavras tem origem em outros idiomas.
- Moço, por favor, pode preparar um xis ovo e um batido de leite de banana?
- um o quê?!
- um xis ovo.
- ah… um xis egg!
- e um batido de leite de banana.
- ah… não seria um milk-shake?
- OK, um xis egg e um milk-shake, please!
Veja abaixo uma tira cômica da Mafalda sobre os extrangeirismos no espanhol.
Palavras aportuguesadas: é quando a grafia e a pronúncia da palavra estrangeira são adaptadas para o português. Exemplo: abajur (do francês "abat-jour").
Alguns exemplos de palavras aportuguesadas:
Aperrear (do espanhol aperrear, de perro): aborrecer.
Ateliê (do francês atelier): oficina de artesãos.
Bangalô (do inglês bungalow): casa residencial com arquitetura indiana.
Basquetebol (do inglês basket ball)
Bife (do inglês beef): fatia de carne.
Bijuteria (do francês bijouterie): adorno barato.
Blecaute (do inglês blackout): interrupção no fornecimento de energia.
Bufê (do francês buffet): mesa para servir refeições.
Buquê (do francês bouquet): ramalhete de flores.
Cardigã (do inglês cardigan): casaco tricotado que se abotoa, sem gola.
Chique (do francês chic): elegante.
Chofer (do francês chauffeur): motorista.
Coquetel (do inglês cocktail): mistura de bebida alcoólica com frutas.
Escore (do inglês score): resultado de uma partida esportiva, placar.
Guichê (do francês guichet): pequena janela por onde se atende o público.
Náilon (do inglês nylon): fibra têxtil sintética.
Nocaute (do inglês knockout): Em boxe, derrota pela inconsciência durante 10 segundos, no mínimo.
Suéter (do inglês sweater): agasalho de lã.
Sutiã (do francês soutien-gorge): roupa íntima para sustentar os seios.
Toalete (do francês toilette): banheiro.
Voleibol (do inglês volleyball)
Algumas palavras aportuguesadas que não pegaram no Brasil:
Xampu: será que o xampu com ‘x’ deixa os cabelos com frizz?
Sítio: em Portugal é comum, mas no Brasil prefere-se site mesmo, em inglês.
Correio eletrônico: no Brasil é mais comum a expressão e-mail, em inglês.
Em linha: em Portugal é comum, no Brasil prefere-se on-line, em inglês.
Rato: em Portugal é comum, no Brasil prefere-se o termo em inglês, mouse.
Alguns estrangeirismos são completamente desnecessários e podem soar estranhos ou pedantes ao ouvinte:
Startar: começar, iniciar.
Franchise: franquia.
Recall: revisão.
Coffebreak: onde está o nosso velho e bom cafezinho?
Self-service: autosserviço.
Case de sucesso: por que não simplesmente um caso de sucesso?
Feedback: por que não retorno, resposta, realimentação, retroalimentação?
Outlet: por que não o tradicional bota-fora?
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