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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Coordenadas explicativas x Subordinadas causais

Hoje vamos ver mais um caso raro da natureza, uma mosca branca de olhos azuis ou um macaco Cercopiteco Bigodudo, se você preferir. Aliás, macaco tem rabo ou cauda? Tanto faz, são sinônimos.

Bom, para começar podemos perguntar o que é cauda ou rabo?

- É a prolongação da coluna de muitos animais vertebrados.

Ou, por que o macaco tem rabo?

- Provavelmente porque evoluiu para adaptar-se à vida entre as árvores.

Ou, ainda, para quê serve o seu rabo? (o do macaco, por favor!)

- Para se equilibrar e para se pendurar dos galhos das árvores.

Você deve estar se perguntando o porquê dessa história de macaco e de rabo? O intuito é o mesmo de sempre: mostrar que tudo pode ser analisado sob diversos ângulos diferentes e que é dessa forma que devemos analisar a língua e as palavras, a partir de diversas perspectivas: da origem das palavras, de sua classificação, de sua função dentro da frase, do seu sentido, da rede de ideias em que está inserida, etc.

Bom, após essa filosófica introdução, podemos nos concentrar nas diferenças entre a oração coordenada explicativa e a subordinada causal:

Esse bicho deve ser um macaco, porque tem um rabo comprido.

Observe que o fato de o bicho ter um rabo comprido é um indício, uma explicação da sentença anterior. Isto é, nesse caso a conjunção ‘porque’ introduz uma oração explicativa.

Agora, veja esta frase:

Ele tem um rabo comprido porque é um macaco.

Veja que, agora, o fato dele ser um macaco é o motivo para ele ter um rabo comprido. A conjunção ‘porque’ introduz uma oração subordinada causal.



QUADRO COMPARATIVO:



Exemplos de ORAÇÕES COORDENADAS EXPLICATIVAS:

• É perigoso dirigir com chuva, porque a visibilidade fica prejudicada.

• Não fale assim comigo, que eu não sou sua empregada.

• Faça as malas que vamos viajar.

• Espere um tempo, que isso se resolve já.

• Não chegarei a tempo, porque o trânsito está engarrafado.

• Vou embora, pois cansei de esperar.



Exemplos de ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERSATIVAS CAUSAIS:

• A grama secou porque há muito tempo não chove.

Como ninguém passou na prova, o professor resolveu dar mais uma chance.

Já que você não vai, eu também não vou.

• Ele foi internado porque precisa de uma cirurgia.

• Reprovou porque não estudou.



O motor do carro deve estar vazando, pois há óleo no chão da garagem.

Observe que o óleo no chão é um ‘indício’ de que o motor do carro deve estar vazando e não a ‘causa’ disso, há vírgulas entre as sentenças e as orações são independentes ‘O motor do carro deve estar vazando’ e ‘Há óleo no chão da garagem’, portanto a oração em destaque é uma coordenada explicativa.



Há óleo no chão da garagem porque o motor do carro está vazando.

A frase em destaque expressa a ‘causa’ da sentença anterior, não há vírgula entre elas, a segunda sentença é subordinada à primeira e a oração subordinada pode ser colocada no início da frase introduzida pela conjunção ‘como’ (Como o motor do carro está vazando, há óleo no chão), portanto, é uma subordinada causal.

Vamos voltar ao nosso símio?

O macaco deve ter pulgas, porque está se coçando.

O fato dele estar se coçando é um ‘indício’ de que ele tem pulgas, mas também pode ser indício de uma alergia, de um tique nervoso, a oração em destaque oferece uma explicação para a sentença anterior. Há virgula e são orações independentes ‘O macaco deve ter pulgas’ e ‘Está se coçando.’

- E então?

- Elementar meu caro Wattson, é uma oração coordenada explicativa.

O macaco está se coçando porque tem pulgas.

O fato de o macaco ter pulgas é a causa da coceira, não há vírgulas, a oração em destaque é subordinada à primeira e ela pode ser colocada no início da frase introduzida pela conjunção ‘como’ (Como o macaco tem pulgas, ele está se coçando).

- E agora?

- Bingo! Ou, se preferir, Eureka! Ou, ainda, na mosca! A resposta correta é: oração subordinada causal.



Maravilha, é isso aí!

- O macaco se coça por que tem pulgas ou ele tem pulgas porque se coça?

- Se coça porque tem pulgas!

(as pulgas são a causa e a coceira, a consequência)

Agora vale a pena dar uma espiadinha em nosso amiguinho, o Cercopiteco Bigodudo. Ele não é uma graça?

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