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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Franz Kafka

Hoje, 3 de julho de 2013, celebram-se 130 anos do nascimento de Franz Kafka, um dos escritores mais brilhantes e autênticos que já existiu e um dos meus favoritos, também.

Quem já não ouviu falar do homem que se transformou em inseto? A Metamorfose é um marco da literatura ocidental - a história do caixeiro viajante Gregor Samsa que da noite para o dia se transforma num horrível inseto.

"Quando Gregor Samsa despertou, certa manhã, de um sonho agitado viu que se transformara, durante o sono, numa espécie monstruosa de inseto."



Você consegue imaginar qual seria a sensação de, ao acordar, não conseguir equilibrar o próprio corpo coberto por uma carapaça dura feito metal, seu ventre dividido em duros segmentos arqueados, e inúmeras pernas miseravelmente finas, agitando-se desesperadamente diante de seus olhos? Angustiante?

A metamorfose de Gregor vai além da modificação física. Trata-se principalmente de uma alteração de comportamentos, atitudes, sentimentos e opiniões. Outra metamorfose ocorre no seio familiar. Até então, Gregor era o responsável pelo sustento da família e a partir de sua transformação, o pai e a irmã se vêm obrigados a trabalhar, e a família passa a alugar quartos na própria casa. Com sua escrita singular, Kafka retrata o desespero do homem perante o absurdo do mundo.

Franz Kafka (1883-1924) nasceu em Praga, na época do Império austro-húngaro, atual República Tcheca, no dia 3 de julho de 1883. Cresceu sob a influência das culturas judia, tcheca, e alemã.

Notabilizou-se com uma obra realista, à frente do seu tempo, seus trabalhos mais conhecidos são ‘A Metamorfose’, ‘Um Artista da Fome’ e os romances ‘O Processo’, ‘América’ e ‘O Castelo’.

Trabalhou numa companhia de seguros e dedicou-se à literatura. Foi influenciado pela severidade do pai, tornou-se isolado e rebelde. Fez parte da chamada Escola de Praga. Participou de reuniões com grupos anarquistas. Escreveu em alemão toda a sua obra, a maior parte foi publicada postumamente. Em seus livros, é constante o confronto entre os personagens e o poder das instituições, demonstrando a impotência e a fragilidade do ser humano, como na obra "O Processo", de 1925, cujo personagem principal é preso, julgado e executado por um crime que desconhece.

O mundo kafkiano retrata a ansiedade e a alienação do homem do século XX, um prognóstico do horror que estaria por vir com a Segunda Guerra Mundial, em que as próprias irmãs de Kafka perderiam a vida em campos de extermínio.

Seu estilo é marcado pelo realismo, pela crueza e pelo detalhamento com que descreve situações incomuns. A obra de Kafka continua atual porque fala dos conflitos inerentes ao homem: o absurdo, a solidão, a paranoia e a angústia existencial.

Franz Kafka morreu no dia 3 de junho de 1924, na Áustria. A causa oficial da morte foi insuficiência cardíaca, mas o escritor sofria de tuberculose desde 1917.

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