“O impossível” é uma obra do diretor catalão Juan Antonio Bayona (de “O orfanato”) inspirada no drama de uma família espanhola que passava suas férias na Tailândia, em 2004, quando ocorreu o tsunami que devastou a costa asiática e deixou mais de 230 mil mortos.
Maria (Naomi Watts) e Henry (Ewan McGregor) descansam tranquilamente com seus três filhos, Lucas, Thomas e Simon, em um paradisíaco resort à beira-mar quando são surpreendidos por uma onda descomunal e arrasadora. As cenas que se seguem são muito angustiantes e realistas, a água engolindo tudo, com movimentos aleatórios tal qual um liquidificador, as personagens sendo arrastadas para o fundo, sendo atingidas por destroços, tentando emergir das águas: um completo caos. Uma cena que revela a gravidade do que acaba de ocorrer é quando se vê Maria agarrada a um coqueiro submerso, gritando com todas as forças que lhe restam.
De repente, ela vê seu filho sendo arrastado pelo maremoto e então os dois lutam para se aproximar um do outro. Quando finalmente conseguem ficar juntos, percebem que não sobrou nada daquele lugar onde antes havia ruas, lojas e hotéis. Eles mal têm tempo de se recuperar quando são atingidos por uma segunda onda, mas, ainda assim, conseguem permanecer juntos. Maria está gravemente ferida e Lucas, apesar de ser uma criança, assume a liderança na busca por um lugar seguro onde possam aguardar por socorro.
A família fica dividida: o pai, por sua vez, consegue salvar os outros dois filhos menores e não desiste de procurar a esposa e o filho mais velho. O filme mostra, principalmente, o lado bom das pessoas, a comoção e a solidariedade da população local, que apesar de carente, não hesita em dividir o pouco que tem e não economiza esforços para ajudar as vítimas. Nos dias que se seguem após a catástrofe, os sobreviventes buscam não apenas seus familiares como também um sentido para a vida.
O diretor catalão conseguiu produzir um filme contundente, tenso e bem elaborado, e a interpretação do elenco envolve e emociona. O nome do filme “O impossível” oferece uma pista de que, em meio ao caos e à tragédia, milagres ainda acontecem.
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