Tradução de espanhol. Diana Margarita. Blog sobre tradução, tradução de espanhol, gramática, literatura, cultura e entretenimento.
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Língua portuguesa: poema de Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Os versos acima foram extraídos do livro "Poesias", Livraria Francisco Alves - Rio de Janeiro, 1964, pág. 262.
Glossário
Ganga:resíduo inaproveitável de um minério.
Tuba:instrumento musical de sopro.
Clangor:som forte como o da trombeta.
Lira:instrumento musical de cordas.
Trom:som de trovão ou de canhão.
Procela:tempestade marítima.
Arrolo:canto para adormecer criança, arrulho.
Este poema popularizou a metáfora “Última flor do Lácio” e sua origem se deve ao fato de a língua portuguesa ter sido a última língua neolatina formada a partir do latim vulgar – falado pelos soldados da região italiana do Lácio.
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865 – 1918) - foi um poeta brasileiro, parnasiano, jornalista, e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou cadeira 15, que tem Gonçalves Dias por patrono.
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